A Caixa Econômica Federal fechou 2009 com lucro de R$ 3 bilhões, queda de 23% sobre o ano anterior, segundo dados divulgados pelo banco estatal nesta sexta-feira. No quarto trimestre, a instituição lucrou R$ 972 milhões, 57,4% a mais do que no mesmo período de 2008.
No entanto, parte do queda do resultado é fruto do aumento das provisões contra inadimplência, que ficaram em R$ 3,32 bilhões, 23,5% acima do ano anterior – quase a mesma proporção em que caiu o lucro no ano passado.
A cautela foi justificada pelo banco como resultado do papel que desempenhou, ao lado do Banco do Brasil, na manutenção da oferta de crédito, que despencou em 2009 por conta da crise financeira mundial.
Essa agressividade na concessão de credito pode ser notada na evolução da carteira do banco, que saltou para R$ 124,4 bilhões em dezembro de 2009, com crescimento de 55,3%.
O número está bem acima do crescimento registrado pelos bancos privados. Em seus balanços, Itaú Unibanco, Santander e Bradesco apresentaram aumento de 2,4%, 1,7% e 6,8% em suas carteiras, respectivamente, no comparativo com 2008.
Assim, a Caixa encerrou 2009 sendo responsável por 8,8% do crédito ofertado no país, ante 6,5% de participação em 2008. Mesmo assim, a inadimplência, mensurada pelo índice de atrasos com mais de 90 dias, já mostra tendência de queda: fechou o ano em 2,2%, contra 2,4% em 2008.
Além de aumentar sua participação no crédito, a Caixa também ampliou sua base de clientes nesse período, atingindo 49,4 milhões, entre correntistas e poupadores, com acréscimo de 5,2% em relação a dezembro de 2008. Até o final de 2009, o banco somava 17,9 milhões de contas correntes ativas, 19,8% a mais do que no ano anterior.
No segmento habitacional, a Caixa bateu recorde de contratações. Em 2009, foram concedidos R$ 47,3 bilhões com recursos do banco, o que inclui poupança e FGTS, dobrando (105,2%) o volume contabilizado em 2008. O saldo da carteira chegou a R$ 70,5 bilhões, com alta de 56,5%.