Conforme noticiado em vários veículos da imprensa durante o feriado de carnaval, e constante na denúncia do Ministério Público Federal que pediu a prisão do Governador Arruda e outros envolvidos em evidenciada atividade criminosa organizada, apareceram nomes dos quadros do BRB.
Entre eles, apontado como “mandante”, o do diretor de Mercado, Francisco Soares Pereira. Segundo as informações, ele ordenou a retirada, sem a devida quitação ou negociação da inadimplência, das pendências cadastrais referentes a empresa de Edmilson Edson dos Santos, conhecido como “Sombra”. Ordenou mais, a um Superintendente e ao gerente da Ag. Buriti, a concessão antecipada e sem condicionantes de um crédito garantido no Vlr. de R$ 450.000,00. Ordens completamente fora dos padrões normativos e técnicos, cujo objeto seria somado ao valor em espécie capturado pela Polícia Federal, como tentativa de suborno para mudança de prova testemunhal.
“O Sindicato entende que, diante da magnitude dos fatos políticos e criminais, e em nome da transparência organizacional e com a sociedade, a direção do Banco deve afastar logo qualquer membro do primeiro escalão, do banco ou das empresas do conglomerado, sob suspeita.”, cobra o secretário-geral do Sindicato, André Nepomuceno.
Os funcionários do BRB querem também a apuração detalhada das responsabilidades dos nomes citados, sobretudo o do diretor Francisco Soares, da DIMEC, sob cuja diretoria, para dupla ironia, está a responsabilidade cadastral dos clientes do BRB.
Diretor sem qualidade técnica nem ética
Em primeiro lugar, o diretor Francisco, como já denunciado pelo Sindicato, não tinha nem sequer cadastro ( com recomendações negativas do Ministério Público e TCDF, além de protestado e executado na praça ) quando de sua “indicação” para a diretoria do banco.
Para muitos colegas, o simples constar no Serasa, por exemplo, em valores infinitamente menores, muitas vezes motiva abertura de processo administrativo.
Em segundo lugar, no âmbito interno, a direção do Banco tentou impor, após a greve deflagrada na campanha salarial 2009, a atualização cadastral para além da rotina cotidiana.
Tentativa que o Sindicato barrou, na mesa de negociação e na resolução de todas as denúncias de abusos que chegaram à entidade, com base no princípio da necessidade do serviço e da negociação entre chefia e funcionário, constante na cláusula da convenção coletiva nacional, e do acordo coletivo específico.
Acontece que, como sempre argumentamos de público, de quem era a responsabilidade pelo alegado atraso cadastral do Banco? Diretamente, da Dimec, sob um diretor literalmente sem cadastro e, até agora, revelado como responsável por fazer exatamente o inverso que a sua cadeira de diretoria tem o dever de zelar. Indiretamente, de toda a direção do BRB.
O diretor Francisco Soares Pereira, da Dimec, tem que ser imediatamente afastado para que sejam devidamente apuradas esta, e outras eventuais denúncias que contra ele surjam.
Outro(s) nome(s) em questão
No entanto, até o momento, há outro nome sob questionamento, entre tantos indicados politicamente para compor cargos na direção do banco, sem falar nas diretorias e conselhos das empresas conglomeradas.
Num momento em que o discurso era de venda do BRB, criou-se nova diretoria, a oitava, “de Desenvolvimento”, com as despesas agregadas correspondentes a novos cargos.
Para compô-la, coincidentemente, o ex-presidente do ex-partido do Governador, e ainda seu atual secretário-geral, Flávio Couri. O “Democratas” era até ‘ontem’ presidido pelo governador em exercício, Paulo Octavio, aquele que teria imposto que ou o banco comprava a folha de pessoal do GDF, ou iria determinar a sua privatização, entre outras atitudes que, como tem chegado ao Sindicato, podem, e devem, ser melhor esclarecidas na sua “relação” com a diretoria do Banco.
Ocorre que, como amplamente noticiado, pelo andar dos fatos, a exemplo do ocorrido com José Roberto Arruda, o referido partido publicizou a medida de saída do GDF para todos os seus filiados.
Como a gravidade do momento enfatiza, é hora de muito cuidado com a instituição, e não dá para postergar, nem muito menos deixar suspeitas no ar.
Presidente “carta-branca” e diretoria não podem vacilar em defesa da instituição
A diretoria do Banco de Brasília, em particular, seu presidente, Ricardo de Barros Vieira ( ex-diretor do Banco do Brasil ), que, em episódio retumbante no primeiro semestre de 2009 anunciou o lucro recorde produzido pelo trabalho de todos os funcionários do BRB, ao lado do governador Arruda, de quem, aliás, recebeu, publicamente, “carta branca”.
“O cara” do governador no BRB, deve, tempestivamente, tomar as providências para demonstrar na prática, que a diretoria que comanda não tergiversa sobre a conduta dos administradores públicos da instituição financeira pública.
Aliás, cabe perguntar, com toda essa autoridade junto ao governador afastado, e supõe-se, ao no exercício do cargo, sobre se Ricardo Vieira não saberia, ou por que não soube, da “ordem superior”, bem como de sua ciência sobre outras verbas publicitárias dispendidas pelo banco no âmbito do “incentivo” aos “Sombras”.
É bom relembrar, que, quando de sua sabatina na CLDF, bem como em palavra falada e escrita, Ricardo Vieira afirmou que não deixaria nenhuma denúncia procedente sem apuração.
É HORA DA DIRETORIA DO BRB MOSTRAR RESPEITO PELO BANCO, PELA CLIENTELA, PELA POPULAÇÃO DO DF, E, COM DESTAQUE, PARA O CORPO DE BANCÁRIOS E BANCÁRIAS QUE TRABALHAM HONESTAMENTE E COM AFINCO, SENDO OS RESPONSÁVEIS MAIORES PELA PRODUTIVIDADE, PERENIDADE E BOA CREDIBILIDADE QUE A MARCA DO BRB MANTÉM.