Os empregados da Caixa Federal, em especial os que atuam nas Gifus (Gerências de Administração de Fundos e Seguros Sociais), foram surpreendidos com a implementação de um processo de reestruturação de filiais realizado pela empresa sem comunicação prévia ou mesmo abertura de negociação com os bancários.
Desta forma, o banco deixou ciente os 578 empregados de que as filiais na quais trabalham serão extintas. Esses locais irão se transformar em duas centralizadoras, uma em São Paulo e outra ainda a ser definida. A Caixa prometeu realocar os bancários que não seguirão para as centrais, porém até o momento nada foi divulgado.
“O banco está agindo sem o mínimo de cuidado com os empregados. Quais as alternativas e prazos para que os bancários deixem seus locais de origem?”, questiona Jair Ferreira, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE Caixa). “Não houve nenhuma discussão sobre remuneração e garantias aos empregados”, completa Jair.
A postura da Caixa vem causando preocupação entre inúmeros empregados, não só aos que atuam nas Gifus, mas a todos que estão em filiais, já que há um grande contingente de bancários trabalhando em setores como este, presentes na maioria dos estados. “E quanto aos demais empregados de filiais, há também a possibilidade de passarem pela mesma situação?”, questiona Jair.
A Contraf-CUT cobra que a Caixa tenha mais responsabilidades com a vida dos trabalhadores. “Devidas ou não as modificações, exigimos respeito aos bancários, e que sejam apresentadas alternativas a todos envolvidos no processo de reestruturação”, conclui Jair.
“A Contraf/CUT tem solicitado insistentemente na mesa de negociação permanente que os representantes da empresa apresentem para os trabalhadores o chamado ‘novo modelo de gestão’, já que há rumores desde o final do ano passado de que isto representaria um grande enxugamento nas áreas meio”, afirma Plínio Pavão, secretário de saúde da Contraf-CUT e empregado da Caixa.
Segundo Plínio, “o que também tem preocupado os empregados são os comentários não confirmados oficialmente pela Caixa que estariam sendo inclusas no mesmo plano de reestruturação a redução das Gipes das atuais quinze para apenas cinco em todo o País”, diz.
“Além de colocar os empregados que nelas trabalham na mesma situação de insegurança, ainda trarão reflexos negativos à gestão do Saúde Caixa e dos programas de Saúde do Trabalhador. Nesse sentido as entidades sindicais estão colhendo assinaturas em abaixo assinado, cujo prazo de retorno à Confederação se encerra em 20 de março”, conclui Plínio.