Caixa amplia gestão de ativos
Área de gestão de ativos de terceiros da Caixa Econômica Federal recuperou a quarta posição no ranking de fundos da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), perdida para o Santander após a compra do Banco Real. O aumento da captação durante a crise e a nova área de administração de recursos de grandes empresas foram os diferenciais.
A Caixa encerrou o mês de abril com ativos administrados de R$ 109,4 bilhões. O líder é a BB DTVM, do Banco do Brasil, com R$ 323 bilhões. O Santander detém R$ 106,6 bilhões. Somente nos primeiros quatro meses do ano, a Caixa captou mais de R$ 6 bilhões em recursos de seus clientes.
Um dos principais fatores que contribuíram para a recuperação foi a crise. A Caixa foi o banco que mais captou recursos, com a chamada fuga para a qualidade. No início de 2008, antes da turbulência, portanto, a carteira da instituição estatal era de R$ 66,6 bilhões, crescendo 64% desde então. Com isso, a participação de mercado pulou de 6% para 7,6%. “Devemos captar mais R$ 7 bilhões este ano”, diz Bolivar Tarragó, vice-presidente da Caixa.
Duas novas áreas também foram importantes para recuperar mercado. A primeira delas é a superintendência de fundos especiais, que captou quase R$ 20 bilhões em fundos de participação (FIP), fundos imobiliários (FII) e fundos de investimentos em direitos creditório (FIDC).
A segunda área que mais contribuiu para essa expansão foi a divisão de gestão de ativos de grandes empresas, que também deslanchou durante a crise. Com a retração dos grandes instituições financeiras, a Caixa passou a oferecer crédito para essas companhias e, de quebra, começou a administrar os recursos delas por meio de fundos exclusivos. “Mais do que dobramos o número de fundos sob administração nesse nicho”, diz Tarragó.
Essas novas áreas já respondem por 40% dos ativos sob gestão na Caixa. Antes da crise, a parcela era bem menor, de 20% do total. “Apostamos muito nesses fundos e vamos continuar crescendo acima do mercado”.
Diferentemente de seus concorrentes diretos, a Caixa é a única instituição financeira em que a gestão de ativos de terceiros não é feita por uma empresa separada do restante do banco (asset). Isso é explicado pela impossibilidade que a Caixa tinha de abrir novas empresas, que dependiam de Lei aprovada pelo Congresso. Foi criada, então, uma estrutura totalmente segregada, alocada em São Paulo.
O vice-presidente nem participada das reuniões junto com outros executivos, como forma de ampliar a separação (que no mercado atende pelo nome em inglês, ‘chinese wall’) entre o ativos do banco e o de terceiros.