Valor Online
Azelma Rodrigues
Além do argentino Banco da Patagônia, o carrinho de compras do Banco do Brasil (BB) para 2010 inclui o Banco de Brasília (BRB), uma corretora de valores, aumento da participação no Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) e o avanço no controle da Brasilcap, empresa de capitalização e seguros de saúde.
As informações são do presidente do BB, Aldemir Bendine, que aposta no crescimento de 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem. A preocupação é com a área de infraestrutura do país, para a qual tem voltado sua atenção e já tem 240 projetos de corporate finance para os quais vai captar investimentos.
Os planos de ampliação de seus domínios não descartam negociações com “outros bancos da Argentina, da América Latina e de outros mercados.”
No mercado interno, a estratégia do banco público é seguir avançando sobre a concorrência, em especial no mercado paulista onde tinha presença tímida em termos de rede até garantir a liderança com a aquisição do banco Nossa Caixa, marca que deve desaparecer em até dois anos. “Estamos investindo em uma grande plataforma de atacado, disputando cabeça a cabeça os grandes clientes corporativos”, comentou ele sobre o mercado de São Paulo.
Embora se arrastando há quase dois anos, as conversas do BB para adquirir o BRB não pararam. O cenário conturbado com as denúncias de corrupção sobre o governo de José Roberto Arruda não tira a chance de fechar o negócio, diz Bendine.
“Estamos, agora, na discussão de preços”, afirmou. “Para nós, é indiferente o cenário político, porque eu não negocio diretamente com o governador, e sim com a área técnica”, continuou o presidente do BB. Se há chances de fechar o negócio, ele responde: “acho que sim”.
Concluídas as avaliações, Bendine diz que o BRB “é um bom banco”, tem estrutura enxuta e potencial de negócios. Mas ponderou que o maior ativo do banco estatal é a folha de pagamentos do funcionalismo do Governo do Distrito Federal. “A cada dia que passa, o banco perde valor porque em 2012 começa a portabilidade para o servidor público”, que poderá optar por receber o salário no banco de sua preferência.
No início de 2010, o BB deve comprar uma corretora, ou ampliar a fatia de 50% que detém na corretora Votorantim. Também quer elevar os 49,9% que possui na Brasilcap para até 75%, adquirindo cotas dos sócios Icatu, SulAmérica e Aliança da Bahia.
Bendine reiterou o interesse em investir mais no IRB, onde tem 1% de participação, para melhorar o “incipiente” mercado de resseguros do país.
Os planos para ano que vem também passam por um novo modelo de internacionalização do BB, e aumento da rede de agências.