Uma marcha com trabalhadores de todo o país ocupou a capital federal nesta quarta-feira (24) para barrar as reformas trabalhista e da Previdência propostas pelo governo Temer. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), demais centrais sindicais e os movimentos sociais avaliam que os trabalhadores serão muito prejudicados com as reformas.
Na última semana, depois da divulgação de gravações da reunião entre o presidente Michel Temer e o delator Joesley Batista, um dos sócios da empresa JBS, a pauta foi ampliada. Além de barrar as reformas, os manifestantes também reivindicam a saída imediata de Michel Temer da presidência e a realização de eleições diretas para sua substituição.
“Os empresários e a grande imprensa defendem a continuidade de Temer em nome da aprovação das reformas. Sabem que a ilegitimidade deste presidente golpista é o que faz com que ele toque as reformas que querem ver aprovadas. Ele não tem nenhum compromisso com o povo, não precisa se preocupar com a impopularidade das medidas que está tomando”, disse Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “Esse presidente é o responsável por tocar o golpe, que se iniciou com o impeachment da ex-presidenta Dilma e segue com a retirada de direitos dos trabalhadores e paralisação dos programas sociais que vinham sendo realizados. Queremos derrubá-lo, mas isso não basta. Queremos escolher que vai entrar em seu lugar”, completou von der Osten.
A concentração ocorreu durante toda a manhã nos arredores do estádio Mané Garricha. Os manifestantes caminharam pelas ruas de Brasília e, no início da tarde, seguiram pelo Eixo Monumental em direção ao Congresso Nacional, onde foram atingidos por bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta e balas de borracha, lançados pela Polícia Militar do Distrito Federal.
“Essa é a maior marcha que já fizemos. Fica claro que a população é contra as reformas, que o Temer tem de sair e nós temos condição de fazer eleição direta para o Congresso e para a Presidência da República. Se mesmo assim não entenderem, vamos continuar pressionando, mobilizando e, se precisar, faremos outra greve geral, outra marcha e seremos vitoriosos no final”, disse o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, ressaltando que se trata de um dia histórico que demonstra o fim desse governo ilegítimo.
O presidente da CUT disse que a marcha reuniu mais de 200 mil pessoas, mas, o mais importante da manifestação desta quarta-feira foi que os trabalhadores enfrentaram os golpistas. “A conclusão do golpe é a aprovação das reformas trabalhista e da Previdência. Nós não vamos permitir que eles façam. Esse é o início de nossa luta. Vamos continuar nas ruas e fazer uma greve ainda maior do que a que fizemos no dia 28 que foi a maior greve da história do Brasil”, afirmou Freitas.
A CUT divulgou todos os passos da manifestação minuto-a-minuto.
Mais informações nos sites da Rede Brasil Atual e da CUT.