Na rodada de negociação desta quarta-feira 24, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu reajuste de 7,5% (para uma inflação de 7,15% medida pelo INPC) sobre os salários e sobre todas as verbas salariais, inclusive a PLR. O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a proposta no momento em que foi apresentada, por considerá-la muito abaixo das expectativas da categoria. A proposta será submetida em assembléia que será realizada nesta quinta-feira, 25 de setembro, a partir das 19h.
O Conselho do Sindicato dos bancários de Brasília (diretoria e delegados sindicais) se reuniu na noite desta quarta e decidiu intensificar paralisações e protestos diários nos locais de trabalho, em preparação da greve para a próxima terça-feira, dia 30. A reunião do Conselho contou com a presença de cerca de cem pessoas, revelando a forte disposição de luta dos bancários do Distrito Federal frente à intransigência dos banqueiros.
“Essa proposta (de apenas 7,5%) é uma afronta à categoria bancária, pois, somente no primeiro semestre deste ano, o setor de intermediação financeira e de seguros foi o que mais cresceu no país, 12,5%, mais que o dobro do aumento do PIB nacional no período, que foi de 6,1%”, lembra Rodrigo Britto, presidente do Sindicato.
Durante a negociação, os representantes dos bancários reiteraram a necessidade de uma ampliação do aumento real, da valorização dos pisos salariais, da melhoria do vale-alimentação e de aumento e simplificação da PLR. Disseram que a proposta é inferior ao acordo do ano passado e insistiram para que os negociadores dos bancos apresentassem uma nova proposta para que pudesse ser submetida às assembléias da categoria. Mas não houve avanço.
“Os bancários não admitem um acordo que passe ao largo da discussão de metas e de uma participação efetiva nos lucros dos bancos”, afirma André Nepomuceno, secretário-geral do Sindicato.
O que os bancários querem
– Aumento real de 5% (acima dos 7,15% da inflação medida pelo INPC/IBGE nos últimos 12 meses);
– Elevar o valor da PLR e simplificar os critérios de distribuição: três salários mais R$ 3.500 para todos, sem limitador e sem teto;
– Valorização dos pisos salariais;
– Cesta-alimentação no mesmo valor do salário mínimo (R$ 415) e contratação da remuneração total;
– Plano de Cargos e Salários para os bancários de todos os bancos, prevendo 1% de reajuste a cada ano de trabalho. A cada cinco anos, esse reajuste será de 2%. O banco é obrigado a promover o bancário pelo menos um nível a cada cinco anos;
– Aumento do vale-refeição para R$ 17,50, de forma a compensar a inflação dos alimentos dos últimos 12 meses.