Brasileiro Antonio Qintella vai presidir o Credit Suisse nas Américas

O Estado de S.Paulo
Roberta Scrivano

Antonio Quintella, atual presidente do Credit Suisse no Brasil, desembarca em Nova York no dia 1º de julho para assumir mais uma função: CEO do banco para as Américas. Além da nova atividade, Quintella, que ficará definitivamente na cidade americana, continuará com a presidência da filial brasileira do banco e com a copresidência do Conselho de Mercados Emergentes.

De acordo com o executivo, sua nomeação “reflete a confiança e a importância da operação brasileira e latino-americana” e reforça o foco do Credit Suisse, com sua “vocação internacional e aposta nos mercados emergentes”. “Minha principal meta é buscar sinergias nas três áreas de negócios: banco de investimento, asset management e private banking.”

Com a nomeação, Quintella será o responsável pelas atividades do Credit Suisse nos Estados Unidos, Canadá, México e Brasil (que são os países das Américas onde o banco tem operações mais estruturadas), além dos escritórios de representação em outros países da região. Embora sua sede seja em Zurique, na Suíça, o Credit Suisse tem uma das maiores operações em bancos de investimentos dos Estados Unidos. O brasileiro também fará parte do Conselho de Administração mundial do banco, junto com outros 11 executivos.

Reestruturação. Quintella assumirá em Nova York o cargo que hoje é exercido por Rob Shafir, também CEO da divisão de Asset Management. “Shafir permanece no cargo de CEO de Asset Management, com foco no crescimento desse negócio estratégico”, informou o Credit Suisse em um comunicado.

As novas funções de Quintella foram anunciadas pelo banco junto com uma série de outras nomeações. Paul Calello foi designado chairman do Investment Bank. Eric Varvel, que até então atuava como CEO em exercício do Investment Bank, assume de fato a função de CEO. Fawzi Kyriakos-Saad, atual presidente da filial russa, dos países da Comunidade dos Estados Independentes e da Turquia e corresponsável do Conselho Global de Países Emergentes, sucede Varvel como CEO da Europa, do Oriente Médio e da África.

A reorganização, segundo Brady W. Dougan, presidente do Credit Suisse, vem para “ajudar a acelerar a implementação da estratégia do banco de eficiência de capital e foco no cliente”. “Temos uma oportunidade extraordinária para crescer como um banco bem capitalizado e globalmente integrado”, disse.

Apesar das mudanças, a estrutura do Credit Suisse no Brasil permanece a mesma. No banco de investimentos, a codireção é de Marcelo Kayath e José Olympio Pereira. Na Credit Suisse Hedging Griffo, a área de administração de recursos de terceiros continua sob a direção de Luís Stuhlberger e a área de private banking está com Marco Aurelio Abrahão.

O Credit Suisse atua em mais de 50 países como banco de investimentos, private banking (voltado para grandes clientes) e administrador de recursos (asset management). Além disso, oferece assessoria e desenvolve produtos para empresas e clientes particulares de alta renda.

Ascensão. A chegada ao cargo de CEO das Américas do Credit Suisse transforma Quintella em um dos executivos que atingiram o cargo mais alto dentro do sistema financeiro internacional. Nessa lista, um dos nomes de maior destaque é o atual presidente do Banco Central brasileiro, Henrique Meirelles. Na década de 90, ele chegou ao cargo de CEO do americano BankBoston, depois de presidir a operação brasileira do banco.

Outro nome de destaque nessa lista é André Esteves, do BTG Pactual, que ocupou o principal cargo da área de renda fixa do suíço UBS. Esteves assumiu postos relevantes nas operações globais do banco a partir de 2006, quando o UBS comprou o Pactual, do qual ele era o principal acionista.

Outro brasileiro, Caio Koch-Weser, nascido no Paraná, mas criado na Alemanha, é atualmente vice-presidente do Deutsche Bank.

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