Nesta quarta-feira (7), Dia Mundial da Saúde, a CUT, demais centrais, e os movimentos que fazem parte da Frente Brasil Popular fizeram protestos em várias cidades contra a inoperância do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) no combate à pandemia do novo coronavirus, que já matou quase 340 mil pessoas.
Com atos simbólicos, tuitaço e mais de 50 manifestações presenciais, as mobilizações também reforçaram que a saída da crise sanitária depende do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e cobraram um plano de vacinação pública, gratuita e em massa contra a Covid-19, doença provocada pelo vírus.
A CUT realizou uma live, para debater o atual cenário brasileiro e internacional, a proteção ao trabalho e a quebra de patentes de vacinas. Entre os convidados, o senador, médico e ex-ministro da Saúde, Humberto Costa (PT), o médico sanitarista e pesquisador da Fiocruz Claudio Maierovitch, e Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde. Pela CUT participaram a secretária de Saúde do Trabalhador da Central, Madalena Margarida Silva, e Antonio Lisboa, secretário de Relações Internacionais da central
Os atos públicos desta quarta-feira também denunciaram o sistema de saúde em colapso, com a ausência de leitos e medicamentos, além da exaustão dos profissionais das linhas de frente. Na avenida Paulista, na cidade de São Paulo, por volta das 11h, manifestantes ocuparam as faixas de pedestres em frente ao Masp. Com máscara e respeitando o distanciamento, exibiram faixas e cartazes reivindicando contratações e melhoras das condições de trabalho, reconhecimento e dignidade aos profissionais. Também lembraram a urgência de um auxílio emergencial justo para as populações vulneráveis.
“Projeto político de Bolsonaro é a morte”
Na mobilização de São Paulo, a Central de Movimentos Populares (CMP), bradou por “fora Bolsonaro! E fora projeto político da morte do povo brasileiro!”. Ainda durante a manhã, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) também realizou ação simbólica em frente ao Hospital Municipal Menino Jesus, em Ermelino Matarazzo, na zona leste da capital paulista.
O MTST contesta que a unidade de saúde esteja fechada no momento em que a taxa de ocupação de leitos de UTI na cidade é 89,8%, segundo o Sistema de Monitoramento Inteligente (Simi) do governo de São Paulo. “A abertura do hospital, que já existe, não é cogitada, mas a possibilidade de construir um cemitério vertical com capacidade para 26 mil urnas na mesma zona leste sim, está sendo avaliada”, critica o movimento.
Também na capital paulista, outros protestos – no Hospital Grajaú, na zona sul, e em frente à Catedral da Sé, região central –, em defesa do SUS, por mais vacinas e auxílio emergencial.
Atos simbólicos
Em Minas Gerais, militantes da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo também ocuparam a área interna do Hospital Regional, em Governador Valadares, para cobrar a abertura imediata do equipamento. Na cidade, que soma 791 mortes em decorrência da covid, a taxa de ocupação dos leitos em hospitais públicos e particulares já é de 100%. Por sua vez, profissionais da saúde de Belo Horizonte também foram às ruas para denunciar a situação da crise sanitária na capital. A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindibel).
Em outro ato simbólico, A CUT Pernambuco, as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e a Campanha Fora Bolsonaro também fixaram cruzes na praça Oswaldo Cruz, em Recife, em memória das vítimas da covid. Nas ruas de Porto Velho, capital de Rondônia, um carro de som circulou para alertar a população sobre a importância do serviço público e da vacinação imediata.
Também ocorreram atos em Florianópolis, Porto Alegre, João Pessoa, Teresina, Aracajú e Rio de Janeiro. A jornada de luta e luto pelo Dia Mundial da Saúde motivou ainda um protesto em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. Com jalecos e balões, os manifestantes estenderam o símbolo do SUS sobre o gramado. O protesto foi convocado pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), o Conselho de Saúde do Distrito Federal e os sindicatos dos Odontologistas e Enfermeiros do DF. De acordo com os organizadores o intuito da ação é ressaltar que ao defender a saúde pública, a vida de todas as pessoas também estão sendo defendidas.
Garantia de direitos
“As atividades pretendem mobilizar toda a sociedade e reafirmar a saúde como direito. Queremos a vacinação pelo sistema público de saúde para toda a população, orçamento adequado para o SUS, auxílio emergencial de no mínimo R$ 600, valorização dos profissionais de saúde e garantia de direitos para nosso povo”, frisou o presidente do CNS, Fernando Pigatto.
Em ações simultâneas, as entidades de saúde coletiva também realizaram lives para dialogar com a população sobre o cenário nefasto da pandemia no Brasil. Destaque para o Programa Brasil Popular, do canal da TV 247 no Youtube, sobre os desafios do SUS em meio à crise sanitária. Também o canal Ágora Abrascom discutindo sobre a saúde no Brasil. Mais tarde, a partir das 19h, a CUT Brasil também debate a proteção de empregos na pandemia.
Com as hashtags #VacinaSalvaBolsonaroNão, #VivaOSuS e #VacinaJá, internautas também protestaram pelas redes sociais.
Fonte: CUT