Assis Moreira
Valor Econômico
O Brasil está no grupo de 16 dos 27 membros do Comitê de Basileia de Supervisão Bancária que atrasaram a implementação do Acordo de Basileia 3, que exigirá mais capital próprio dos bancos. As novas regras deveriam ter entrado em vigor em 1º de janeiro, mas o Brasil só publicou as normas em março.
Procurado, o BC não quis comentar, mas na divulgação das regras de Basileia 3, o chefe do departamento de normas do BC, Sérgio Odilon dos Anjos, disse, considerar “irrelevante” o “pequeno” atraso, acrescentando que o Brasil é reconhecido internacionalmente por sua atuação na supervisão e fiscalização do setor financeiro.
O Comitê de Basileia vai avaliar ainda este ano a implementação detalhada do acordo no Brasil, Austrália e Canadá.
Das 27 jurisdiçõess, cujos bancos centrais e autoridades reguladoras integram o Comitê, apenas 11 adotaram as regras no prazo, para aumento gradual do capital próprio dos bancos até janeiro de 2019: China, Índia, África do Sul, México, Arábia Saudita, Austrália, Japão, Cingapura, Hong Kong, Canadá e Suíça. Argentina, Brasil, Bélgica, França, Alemanha, Indonésia, Itália, Holanda, Luxemburgo, Rússia, Espanha, Suécia, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia são os que atrasaram.
Levando em conta medidas adotadas nos últimos seis meses, o Brasil está entre os que avançaram na regulação, assim como a Argentina. Já os EUA e a União Europeia fizeram pouco. Há ainda os que não fizeram nenhum progresso, como Indonésia e Coreia do Sul. Stefan Ingves, presidente do Comitê, tem insistido sobre a importância das regras, que considera “um passo absolutamente crítico para reforçar a resiliência do sistema financeiro global”.