O país registrou a criação de 140.560 empregos formais em julho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados hoje (16). O número ficou abaixo do registrado no mesmo período do ano passado quando foram criadas 181.796 vagas com carteira assinada.
De acordo com o resultado, no último mês, foram contratados 1,69 milhão de trabalhadores e demitidos 1,5 milhão – os dois dados são os maiores já registrados para o período na comparação com anos anteriores.
No acumulado do ano, o número de empregos formais ficou em 1,59 milhão – número abaixo do verificado nos primeiros sete meses de 2010 quando foi registrada a criação de 1,85 milhão de empregos.
Avaliação do ministro
O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, disse que mantém a previsão de o Brasil fechar o ano de 2011 com um saldo de 3 milhões empregos, apesar de os últimos meses registrarem um crescimento abaixo da expectativa.
“O desempenho não foi tão forte quanto gostaríamos que fosse”, disse. O ministro explicou que o crescimento tímido registrado no último mês se deve especialmente às demissões e redução nas contratações ocorridas em razão do período de férias escolares, que resultou no total de 8 mil demissões, e dos saldos abaixo da média registrado na agricultura pela antecipação de safra nas regiões de Sul e Sudeste.
Segundo Lupi, a recuperação da criação de empregos se dará a partir de agosto e setembro. Ele disse que o setor público será o grande responsável pela recuperação do crescimento de emprego até o final do ano.
Embora o corte de gasto do governo federal tenha reduzido a expectativa de contratações públicas, o ministro ressaltou que as esferas municipais e estaduais se encarregarão de fazer as contratações esperadas. Além disso, ele ressaltou que, a partir deste mês, iniciam as contratações temporárias previstas para atender os períodos de Natal e Ano Novo.
Para Lupi, a nova turbulência do mercado financeiro percebida nas últimas semanas não causará impacto negativo sobre mercado de trabalho. “O que tinha que acontecer aconteceu”, salientou.
O ministro considera que não há uma crise no mercado financeiro, pois as economias são afetadas apenas de “pura especulação” em decorrência da desconfiança sobre o grau de vulnerabilidade da economia americana. Ele explicou que nas últimas semanas a Bovespa sofreu com desvalorização diária, mas que ficou com salto positivo ao término deste período.
“O grande problema do Brasil hoje é a concorrência dos importados”, disse Lupi. Esta, segundo ele, é a principal ameaça ao mercado de trabalho brasileiro.