Mesmo obtendo lucros recordes em praticamente todos os semestres e, por isso, podendo investir em mais recursos humanos, o Bradesco vem na contramão do desenvolvimento social e, pelo menos em Rondônia, está promovendo uma temerosa onda de demissões que atingem não apenas os seus funcionários de carreira, mas também aqueles que foram 'absorvidos' na fusão com o HSBC no ano passado.
De acordo com dados do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) nos últimos dois meses o banco demitiu oito empregados em todo o Estado, a maioria da capital Porto Velho e do corpo gerencial, ou seja, aqueles que possuem maior tempo de serviço.
Do antigo quadro do extinto HSBC quatro pessoas perderam o emprego, sendo duas da agência Nova Porto Velho (rodoviária), um da agência Centro (Prudente de Morais) e um da agência de Ouro Preto do Oeste. Destes 2 são gerentes gerais e dois gerentes de Pessoa Física.
"O Bradesco está começando a abrir sua caixa de maldades com os ex-funcionários do HSBC. Após prometer que não iria promover demissões a estes trabalhadores, somente nestes últimos dias já mostra que nunca teve seriedade no compromisso de manter esses profissionais em seus quadros, o que sempre acontece quando há fusões entre empresas e o Bradesco não fica fora desta tendência", menciona José Pinheiro, presidente do Sindicato.
Já do quadro do próprio Bradesco foram desligados, sem justa causa e sem aviso prévio, quatro funcionários, sendo três destes gerentes gerais. As agências atingidas foram Jatuarana (2), Sete de Setembro (1) e Pinheiro Machado (1), todas em Porto Velho.
"Isso comprova o descompromisso do banco com o país, pois mesmo obtendo recordes de lucros, todos os anos, continua demitindo e contribuindo com o aumento do já estarrecedor índice de desemprego. E o banco demite estas pessoas que dedicaram toda sua vida laboral ao banco, que contribuíram para o crescimento da instituição financeira e que hoje recebem este presente de grego como forma de reconhecimento e agradecimento. Muitos destes pais e mães de família estão ou já estiverem adoecidos por conta dessa dedicação ao banco e hoje são demitidos sem o menor pudor", conclui.
O presidente orienta que todos os trabalhadores do Bradesco desligados procurem fazer seus exames de saúde para comprovar se foram demitidos quando eram portadores de alguma doença ocasionada pelo excesso de trabalho (doença ocupacional), para que o SEEB busque sua reintegração ao trabalho via administrativa ou via judicial.