Numa clara afronta à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – principal norma legislativa brasileira referente ao direito trabalhista -, o Bradesco está obrigando os funcionários de Brasília lotados na área de gerência a tirar apenas 20 dias de férias.
Além dessa prática ilegal, outra irregularidade vem se repetindo nos demais setores da instituição na capital federal. Nesse caso, os bancários não podem converter os dez dias de descanso em dinheiro, orientação que descumpre o artigo 143 da CLT, segundo o qual é facultado ao trabalhador converter 1/3 do período de férias em abono pecuniário.
“Essa obrigatoriedade é ilegal e constatamos o problema in loco. Visitamos as agências e ouvimos as reclamações dos bancários. O problema ocorre somente em Brasília e a direção nacional da empresa já informou que não está de acordo com essa postura equivocada”, afirma José Avelino, diretor da Fetec-CN e funcionário do Bradesco.
Em virtude de o Bradesco forçar o trabalhador a tirar férias somente com o aval de seu gestor, o Sindicato e a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CN) irão apurar as denúncias dos bancários e tomar as devidas providências.
O Sindicato e a Fetec-CUT reivindicam que a situação se resolva logo e lutam por mais contratações no Bradesco. “Os bancários reclamam que estão tirando somente 20 dias de férias devido à demanda excessiva de trabalho. Além disso, outros funcionários são remanejados para trabalharem nas novas agências”, denuncia Juliano Braga, diretor da Fetec-CN e funcionário do Bradesco.