(São Paulo) Uma semana depois de a Contraf-CUT enviar um ofício ao Bradesco solicitando informações sobre o assassinato de um gerente em Minas Gerais, o banco até agora sequer deu uma resposta aos bancários. A Confederação questionou o problema da segurança e o qual assistência a empresa deu à família do funcionário durante o seqüestro e após a sua morte.
“Será que o silêncio do Bradesco significa que o banco não tem feito nada para melhorar a sua segurança e nem mesmo ajudou a vítima? Será que a omissão do banco em responder ao nosso ofício é a mesma omissão que o Bradesco teve durante o seqüestro do bancário? A falta de uma resposta da empresa mostra o pouco caso que a diretoria tem em relação à segurança bancária”, concluiu Miguel Pereira, secretário de Finanças da Contraf-CUT.
O seqüestro do gerente Aleir Fernandes André, de 45 anos, terminou de forma trágica em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, no último dia 16. Seu corpo foi encontrado na laje de uma escola de idiomas e informática, no centro do município. Aleir foi seqüestrado em 28 de novembro, quando saía da agência. Ele foi rendido e colocado no porta-malas de um carro. O delegado Edson Moreira, do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), disse que o bancário foi seqüestrado e morto por Adílson Lopes Nastre, de 36 anos, proprietário da escola onde o corpo foi encontrado e cliente da agência de Aleir.
Segundo as investigações, o empresário tinha uma dívida de aproximadamente R$ 30 mil com o Bradesco e planejou o seqüestro para conseguir o dinheiro. A família chegou a receber telefonemas dos seqüestradores, que pediram R$ 45 mil. O último contato foi feito em 8 de dezembro. Após intensa investigação, a polícia conseguiu chegar a Adílson, que foi preso. Ele disse que matou o gerente porque tinha medo de ser identificado.
“Nessa hora, o banco tem a obrigação de dar toda a assistência possível à família, mas precisa também trabalhar para que o fato não se repita. Mais especificamente nesse caso, o Bradesco também tem a obrigação de se pronunciar e dizer para a sociedade quais medidas adotou depois do seqüestro. Ajudou a família? Pagou o valor do resgate ou achou o preço caro demais pela vida de um funcionário? Quais responsabilidades assumiu? Essas respostas são necessárias, principalmente porque este funcionário e sua família, e outros pelo país afora, ficaram em risco por conta do cargo ocupado na empresa”, questionou Miguel.
Segundo ele, o Bradesco é um dos bancos mais reticentes em adotar medidas de segurança, como as portas com detectores de metais e que vem fazendo bem pouco para evitar seqüestros como o do gerente mineiro.
Fonte: Contraf-CUT