Bradesco lucra R$ 4,020 bilhões no 1º semestre, quase o mesmo valor de 2008

O Bradesco novamente não tomou conhecimento da crise econômica mundial e ampliou seu lucro em 14,7% no segundo trimestre deste ano. Conforme balanço divulgado nesta segunda, dia 3, o banco lucrou R$ 2,297 bilhões entre abril e junho. No primeiro semestre do ano o lucro do banco ficou em respeitáveis R$ 4,020 bilhões, praticamente o mesmo valor registrado em igual período do ano passado, antes da crise, quando ganhou R$ 4,104 bilhões.

A secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, destaca que a crise mundial passou bem longe dos bancos brasileiros e com o Bradesco não foi diferente.

“O lucro semestral foi praticamente o mesmo de antes da crise. O banco continua com uma saúde financeira de fazer inveja aos demais setores da economia e os bancários vão cobrar sua parte na campanha nacional que está começando. Queremos uma participação nos lucros e resultados mais justa, que valorize o trabalho dos bancários, e vamos lutar. O Bradesco não pode continuar pagando dividendos milionários aos acionistas”, destaca Juvandia.

De acordo com o balanço, o Bradesco pagou e provisionou R$ 3,253 bilhões aos acionistas a título de juros sobre o capital próprio e dividendos no primeiro semestre. O patrimônio líquido do banco em junho somou R$ 37,277 bilhões, crescimento de 10,6% sobre igual período do ano anterior.

Cadê a responsa?

Apesar de ter passado ao largo da crise internacional, o Bradesco, com medo da turbulência, reduziu fortemente sua previsão de crédito para 2009. A previsão anterior era de que crescesse entre 13% e 17%, e agora é que avance entre 8% e 12%.

No último trimestre, o banco já freou a concessão de empréstimos e a carteira de crédito total em junho atingiu R$ 212,7 bilhões, menor do que os R$ 213 bilhões de março.

Para Juvandia, ao segurar o crédito o Bradesco revela que sua responsabilidade social é somente um produto de marketing, completamente descolado da realidade.

“Não fossem os bancos públicos federais, o Brasil teria sofrido muito mais com a crise mundial. No momento em que o setor produtivo mais precisava de crédito, os bancos privados seguraram o dinheiro e não contribuíram em nada para que o país superasse a turbulência internacional. É por essas e outras que o mote da campanha nacional dos bancários deste ano é: Cadê a responsa, banqueiro? Vamos cobrar, como sempre, que a responsabilidade social dos bancos não fique somente nas propagandas milionárias das instituições financeiras”, finaliza.

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