Bradesco é paralisado em Curitiba após gerente puxar orelha de bancária

Os bancários de Curitiba paralisaram a agência do Bradesco Colônia Murici, em São José dos Pinhais (PR), na quinta-feira, 11 de agosto. O ato aconteceu em protesto à postura lamentável do gerente geral da agência, que puxou, literalmente, a orelha de uma funcionária que não teria cumprido com as metas estipuladas. A agência ficou fechada até o meio-dia.

Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Otávio Dias, outros trabalhadores da agência reclamaram das atitudes do gestor. “Os funcionários contaram que ele tem um comportamento agressivo no dia a dia e, desta vez, a agressão chegou às vias de fato”, comenta. Os bancários disseram que, no momento da agressão, o gerente pediu para que eles fechassem os olhos e então puxou a orelha da funcionária.

Para Ademir Vidolin, diretor da Fetec-CUT-PR e bancário do Bradesco, a atitude do gerente remetem aos castigos de infância. “Não vamos tolerar qualquer comportamento que atinja a integridade física ou psíquica dos bancários”, reforça.

O Sindicato já informou às direções regional e nacional do Bradesco e vai cobrar uma postura do banco. É um absurdo que uma coisa dessas fique sem punição.

Denuncie o assédio moral

Uma das principais conquistas da Campanha Nacional dos Bancários 2010 foi o programa de combate ao assédio moral, assinado entre os sindicatos e os bancos, que se comprometeram a melhorar o ambiente de trabalho. O aditivo abre um canal para que os bancários denunciem os assediadores e dá um prazo de 60 dias para que os bancos tomem atitudes.

O Sindicato de Curitiba possui este canal e pede para os bancários que denunciem os casos de assédio moral. “O aditivo é uma conquista importante, que não visa a demissão das pessoas, mas a melhora nas condições de trabalho”, lembra Otávio Dias.

Clique aqui para denunciar

Outros casos

Vale lembrar de outros casos recentes que aconteceram no Bradesco, demonstrando a maneira desrespeitosa como o banco tem tratado seus trabalhadores.

Na agência Ceasa, um ex-gerente contratou um funcionário que tinha a função de vigiar seus colegas na ausência do titular. Já na agência Marechal Deodoro, a gerente geral propôs ao caixa que, para autorizar um empréstivo de R$1.000,00 que quitaria a diferença de caixa, ele comprasse um seguro. “Não resta dúvida que isto configura uma venda casada da pior qualidade”, avalia Ademir Vidolin.

Em uma outra agência, um funcionáro fez um lançamento indevido na conta de um cliente. O gerente geral ordenou que, para se desculpar, o bancário se ajoelhasse em frente ao cliente.

Por estas e outras atitudes, o Sindicato cobra que o Bradesco reavalie sua política de cobranças de metas e também de RH.

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