(Fortaleza) Os bancários do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) saíram revoltados da rodada de negociação realizada nesta sexta-feira, dia 20, no Passaré, em Fortaleza. A reunião começou com atraso e a pauta era uma só: as entidades que formam queriam saber quando o Banco pagaria a PLR, já que foi afirmado em negociações anteriores que o BNB seguiria a mesa única da Fenaban.
No entanto, o Banco teve a ousadia de dizer que houve um mal entendido e que desde o início tinha deixado claro que cumpriria a convenção da Fenaban exceto no que se referia à PLR e que é necessária autorização da DEST para pagá-la – autorização essa que ainda não foi dada e que, mesmo que seja, não será nos moldes da Fenaban (80% do salário mais o fixo de R$ 828,00).
O Banco se traiu. No informativo Notícias do BNB, do dia 9 de outubro, referente à reunião que acontecera no dia 6, está escrito: “Na ocasião, o Banco comunicou ter recebido a autorização para aderir à Convenção Nacional a ser firmada com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), devendo as condições específicas do BNB serem tratadas em Aditivo a essa Convenção”. No Notícias do BNB do dia 10, lê-se: “o Banco reafirmou que seguirá o reajuste salarial de 3,5% proposto pela Fenaban e deverá seguir os valores da Federação para todos os benefícios correlatos”. A pergunta que se faz agora é: se a autorização para adesão à mesa única foi dada, quem voltou atrás?
Coincidentemente, naquele dia estavam marcadas assembléias para definir o futuro da greve, ocasião em que os benebeanos votaram por cessar o movimento grevista já que tudo indicava o acordo, como de fato foi feito no BB e na Caixa Econômica.
“A atitude do Banco é inaceitável. É uma total falta de respeito com as entidades representativas, mas sobretudo com os trabalhadores, que fazem com que o Banco tenha um desempenho recorde”, afirmou Tomaz de Aquino, coordenador da CNFBNB.
A indignação da Comissão Nacional foi externada após a reunião, em manifestação na praça Jáder Colares, do Passaré, quando o corpo funcional foi informado do descaso do Banco para com eles. “Esse fato demonstra uma falta de competência por parte do Banco para negociar com o alto escalão do Governo Federal. Nós vamos arrancar essa PLR integralmente porque nós merecemos! Chega de sermos tratados como bancários de segundo escalão! Nós trabalhamos pelo desenvolvimento dessa região, pelo sucesso dessa instituição. Merecemos respeito!, afirmou Tomaz de Aquino.
Assis Araújo, presidente da AFBNB em exercício, destacou que a falta de compromisso do banco na negociação e o PCR rebaixado mostram o descaso do BNB com seu corpo funcional.
Avaliação
Em reunião de avaliação da Comissão Nacional, ocorrida no mesmo dia, à tarde, foi ressaltado que a representação dos funcionários voltará a se reunir com o Banco quando este tiver a garantia do cumprimento da convenção da Fenaban.
Diante da falta de autonomia do BNB, a CNFBNB iniciará articulação junto aos parlamentares dos diversos Estados, a fim de denunciar a discriminação do BNB em relação ao Banco do Brasil e Caixa Econômica, que obtiveram importantes avanços nesta campanha – inclusive, indo além da convenção assinada com a Fenaban. O objetivo é pressionar o governo federal a atender as reivindicações dos benebeanos.
As visitas aos parlamentares acontecerão de 23 a 25 de outubro, com o apoio dos sindicatos com o BNB na base, federações de bancários e AFBNB. De 23 a 27, as entidades realização visitas setoriais, a fim de mobilizar o funcionalismo.
Um dia de luta ficou marcado para a quinta-feira, dia 26 de outubro. No dia 1º de novembro, a Comissão Nacional se reunirá novamente para avaliar o resultado das reuniões setoriais, o grau de mobilização do funcionalismo e definir novos encaminhamentos para a luta pelo cumprimento da convenção da Fenaban.
Fonte: Comissão Nacional dos Funcionários do BNB/Contraf-CUT