A Contraf-CUT e sindicatos que compõem a Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB) e o Comando Nacional dos Bancários estiveram reunidos com a direção do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) para a apresentação do projeto de reestruturação cuja implementação já foi iniciada pela diretoria da instituição.
Após a apresentação, as entidades representativas dos funcionários deixaram claro que vão seguir vigilantes quanto à reestruturação e que são terminantemente contra qualquer ação que leve à retirada de direitos dos trabalhadores, sejam elas relacionadas a redução de remuneração, transferência compulsória e piora nas condições de trabalho.
Os dirigentes sindicais ressaltaram ainda que seguirão na defesa do fortalecimento do BNB e da valorização do funcionalismo, ressaltando a necessidade da continuidade das negociações permanentes.
Defesa
A Contraf-CUT deve coordenar uma grande campanha em defesa dos bancos públicos e do seu papel de desenvolvimento social. O objetivo é realizar ações conjuntas em todos os bancos públicos federais, que estão passando por processos de reestruturação, ressaltando a defesa do direito dos trabalhadores e destacando as reivindicações das entidades para essas empresas: fortalecimento do papel e da rede de atendimento desses bancos, fortalecimento do crédito e a valorização dos trabalhadores.
“Vamos reagir a toda e qualquer reestruturação da mesma forma: sempre em defesa dos trabalhadores. A Campanha Nacional em Defesa dos Bancos Públicos vai ser formulada e nascerá com o objetivo de combater o processo de ‘entreguismo’ das empresas públicas à iniciativa privada, iniciado pelo governo golpista de Temer”, explicou o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.
Planos
Segundo o Banco, cerca de 1.541 funcionários estão elegíveis ao plano de incentivo à aposentadoria, mas que várias discussões ainda estão sendo feitas em nível de ministérios da Fazenda e Planejamento. Em 2014 eram elegíveis 1.900 funcionários e 530 aderiram ao plano.
Quanto ao novo plano de funções, o Banco apresentou cinco premissas: modelo de requalificação de agências, solução de passivos trabalhistas, valorização da Central de Crédito de Clientes de Grande Porte, valorização da carreira de auditores e diferencial de mercado. O Banco confirmou ainda que as 19 agências cujo fechamento foi anunciado deverão encerrar suas atividades para a clientela até o dia 2 de março deste ano.
“Fomos ouvir o Banco sobre o processo de reestruturação, não houve qualquer negociação com as entidades, nem sobre este nem sobre outros temas da mesa permanente e agora, vamos analisar o que nos foi apresentado, ressaltando que os sindicatos devem continuar dialogando com os trabalhadores de sua base, mantendo-os mobilizados, porque o fechamento de agências pode ser apenas o começo de um grande desmonte do BNB, visando ao seu enfraquecimento para, quem sabe, justificar uma futura extinção”, afirmou Tomaz de Aquino, coordenador da CNFBNB e diretor do SEEB/CE.