(Nova Friburgo) Uma coroa de flores e uma cortina de luto na porta do Banco Mercantil do Brasil nesta sexta-feira, 10, simbolizaram o "sepultamento" da agência de Nova Friburgo e as esperanças dos 13 bancários que perderam seus empregos com o fechamento da unidade no município. Cerca de dois mil clientes (500 deles, empresas) tiveram que encerrar as contas correntes e poupanças na agência. Os que ainda têm empréstimos ou dívidas com cheques especiais terão as contas automaticamente transferidas para a agência do banco na Avenida Rio Branco, no Rio.
Outros dois mil aposentados e pensionistas que recebiam os benefícios da Previdência Social na agência foram remanejados para outros bancos, a maioria para as agências da Caixa Econômica Federal do distrito de Conselheiro Paulino e do bairro de Olaria. Dois vigilantes e uma servente que trabalhavam no Mercantil também foram dispensados com o fechamento da agência. Apenas um dos gerentes foi transferido para Vitória-ES.
O Sindicato dos Bancários mobilizou a sociedade nos últimos 40 dias, desde que o banco anunciou o fechamento da agência, com manifesto que reuniu mais de cinco mil assinaturas e apelo a diversas autoridades.
Cliente do Mercantil há oito anos, Sebastião Costa lamentou a decisão do banco. "Assim que soube do fechamento decidi encerrar minha conta e agora enfrento filas enormes em outro banco. O Mercantil vai fazer falta. Éramos bem tratados. O que mais dói é ver as famílias dos bancários atingidas pelo desemprego", lamentou ele.
A direção do banco em Belo Horizonte-MG não cedeu às pressões e encerrou as atividades de 21 agências em todo o país, nove delas no Estado do Rio de Janeiro. A justificativa do banco, que faturou R$ 19 milhões no ano passado, é "a necessidade de nova reestruturação, com concentração das atividades em Minas Gerais". Para o presidente do Sindicato dos Bancários, Cláudio Damião dos Santos Pereira, o banco nem propôs aos funcionários a possibilidade de transferência para outra agência.
"Esse fechamento colabora para o esvaziamento econômico da região. Mais uma vez a ganância dos banqueiros se sobrepõe", avaliou o sindicalista, que reconheceu as diversas manifestações de resistência ao fechamento da agência e se emocionou com o clima de pesar de funcionários e clientes durante todo o expediente, marcado por solicitações de encerramento de contas.
Sindicalista é demitida
Após o último expediente, o BMB demitiu mais uma bancária, Fátima Regina Fernandes. O banco não respeitou o fato de Fátima ser dirigente sindical, condição que lhe garante estabilidade até o fim do mandato para qual foi eleita.
O SEEB Nova Friburgo e Região fará o que for possível para que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados, inclusive solicitando o apoio da Feeb RJ/ES e da Contraf para que os diretos dos trabalhadores sejam cumpridos.
Fonte: Seeb Nova Friburgo, com Jornal A Voz da Serra