Em protesto realizado na manhã de hoje, 03 de junho, os funcionários da Plataforma do Centro de Suporte Operacional – Cuiabá (CSO-Cuiabá) do Banco do Brasil distribuíram uma carta aberta à população e abacaxis, simbolizando os problemas que serão ocasionados com a extinção do setor em Mato Grosso. O ato foi realizado em frente à superintendência do BB. A medida anunciada internamente pela empresa obriga a transferência de 95 trabalhadores para o Distrito Federal, num processo de centralização dessa área do banco. Essa mudança trará impacto negativo, principalmente, na concessão de crédito no Estado aumentando o tempo de resposta e conduções das propostas desse tipo.
A Plataforma CSO é responsável pela análise, liberação e fiscalização de crédito em programas que visam fomentar a agricultura e o desenvolvimento regional, tais como o Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS), PROGER , PRONAF e FCO Rural e Urbano. “Esses profissionais da Plataforma são capacitados para atender demandas regionais e executam os serviços demandados em sua jurisdição em tempo hábil devido à proximidade com a realidade local, o que facilita o processo de análise e liberação de créditos”, comenta funcionário do BB e diretor do SEEB-MT, Alex Rodrigues.
O acúmulo desses processos na capital federal sobrecarregará todo o funcionalismo e trará impactos negativos à qualidade deste trabalho prejudicando o Estado. A centralização do CSO na capital federal tem o exemplo de experiências mal sucedidas relativas às plataformas extintas em outras regiões do país. O funcionamento desses processos foi burocratizado e o serviço perdeu em qualidade tornando-se ineficiente.
De acordo com um funcionário da rede de agência que não quis se identificar, a decisão do banco trará prejuízo para as agências do Estado, pois, recentemente o Cadastro de Pessoa Jurídica foi transferido para ser realizado em Brasília, o que causou um verdadeiro caos devido a demora na devolução destes cadastros.
Em Mato Grosso o Banco do Brasil realizou uma primeira tentativa de extinção do setor em 2007 por meio de um processo de reestruturação da empresa centralizando os serviços em Brasília. Com a verificação de que a mudança não traria operacionalidade ao sistema o banco recuou. Na ocasião o Sindicato dos Bancários em Mato Grosso (Seeb-MT) alertou a direção da instituição acerca dos problemas que a extinção da plataforma ocasionaria.
“Agora, o Banco do Brasil tenta mais uma vez eliminar o setor no Estado jogando o abacaxi para a sociedade e os funcionários. Com a efetivação desta decisão unilateral, os procedimentos relacionados à análise e liberação de crédito irão para uma listagem nacional, sendo colocados na “geladeira” deixando de ser prioritários. Uma vez que a economia mato-grossense tem uma forte base agrícola a transferência desses funcionários trará grandes prejuízos à Mato Grosso, pois eliminará os trabalhadores que fazem contato direto entre produtores, empresários e o banco”, afirma o presidente do Seeb-MT, Arilson da Silva.
