BB: Seeb MT entrega pesquisa à Procuradoria Geral do Trabalho

A diretoria do Sindicato dos Bancários e dos Trabalhadores do Ramo Financeiro no Estado de Mato Grosso (Seeb/MT) protocolou nesta quarta-feira, na Procuradoria Regional do Trabalho da 23ª Região em Cuiabá a pesquisa por amostragem realizada pela entidade na primeira quinzena de fevereiro, que identificou como estão as condições de trabalho nas agências do Banco do Brasil pertencentes à base do Seeb/MT.

No levantamento foi aplicado um questionário com oito (8) questões voltadas para o assunto, onde os funcionários do banco puderam fornecer dados sem precisarem se identificar. No total, foram aplicados 145 formulários e os resultados demonstram que as relações de trabalho no BB estão precárias e que o assédio moral é uma constante sobre os funcionários. “A intenção do Sindicato é ter o apoio do órgão como forma de possibilitar a reversão do quadro”, afirma o afirma o presidente do Sindicato, Arilson da Silva.

De acordo com pesquisa, 32% dos bancários do Banco do Brasil pertencentes à base do Seeb/MT disseram já terem passado por situações que se configuram como assédio moral. Muitos deles responderam na pesquisa que os funcionários são mal tratados e obrigados a exercer determinadas funções (cargos de chefia), sem receber a devida remuneração.

Sobre esse último aspecto, 36% dos trabalhadores afirmam ter assumido nos últimos seis meses, cargos superiores hierarquicamente, o que justificaria a resposta sobre remuneração inadequada. Além disso, 61% dos bancários do BB já se viram obrigados a trabalhar após o horário normal, para o cumprimento de tarefas diárias.

Quando perguntados se as atuais políticas da direção do Banco do Brasil possuem a capacidade de ouvir as diferentes partes (funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo etc.) e incorporá-las no planejamento de suas atividades, se enquadrando no conceito divulgado pelo banco de Responsabilidade Sócio Empresarial, 65% dos funcionários do BB responderam que a instituição não está inserida neste contexto, e além desse número, outros 57% afirmaram que o banco público não desempenha seu papel em favor do povo brasileiro.

“É preciso lembrar que o Banco do Brasil tem ocupado nos últimos anos, lugar de destaque no ranking dos lucros, concorrendo muitas vezes, com bancos privados como o Bradesco e o Itaú, recordistas neste quesito no país”, diz Arilson.

De acordo com o economista e sindicalista do Seeb/MT, Alex Rodrigues, essa busca exagerada pelo lucro não surge à toa. Ela vem enraizada a uma série de ações, dentre elas, a cobrança elevada de taxas e tarifas que não deveriam sequer constar na política de um banco público. “Na verdade, não é esse o papel de um banco dessa natureza”, explica o sindicalista.

Na pesquisa, os bancários do BB ainda apontaram a ausência de uma política justa quanto ao cumprimento de metas, que segundo eles, está baseada na pressão, na cobrança excessiva e na priorização do lucro, deixando de lado, os valores pessoais e humanos do funcionário e também a saúde do trabalhador.

“Todas essas pontuações apresentadas pelos bancários mostra o quadro deficitário no qual o Banco do Brasil tem construído sua história. Eles têm encarado cada vez mais a precariedade nas condições de trabalho, isso sem mencionar o número insuficiente de funcionários e o total desrespeito da empresa com seus trabalhadores e por tabela, com seus clientes”, conclui Arilson da Silva.

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