BB ignora procedimentos e demite funcionário após estágio probatório

(Brasília) O Sindicato de Brasília vai acionar o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) e já entrou com recurso na Dires (Diretoria de Responsabilidade Socioambiental), do Banco do Brasil, para apurar a denúncia de um bancário demitido em condições suspeitas após a integralização do estágio probatório, de 90 dias.

Segundo relato do funcionário, que prefere não ser identificado, há fortes indícios de perseguição pessoal, uma vez que não ficaram claros os critérios adotados para seu desligamento pelos gestores da agência onde esteve lotado. A suspeita é reforçada por uma série de questões que permanecem sem resposta, como o fato de ter havido troca de avaliadores durante o processo, e ele ter sido reprovado justamente pelo substituto, mesmo o anterior lhe conferindo bom desempenho.

O bancário também denunciou que em nenhum momento suas atividades foram supervisionadas pela Gepes Brasília (órgão de Gestão de Pessoas do BB), o que contraria dispositivo normativo do BB para o caso. Outra funcionária, que ingressou na mesma agência no mesmo dia que o bancário, contou com a supervisão do órgão, foi aprovada no estágio e recebeu nomeação. Ele disse ainda que não obtinha retorno do seu trabalho pelo avaliador substituto. “Como eu poderia saber se estava indo bem ou mal na função se não era informado disso?”, indaga o bancário.

Para o Sindicato, são no mínimo questionáveis o comportamento do avaliador e da Gepes nesse episódio. “Estamos diante de um caso de claro desrespeito às normas que regem a admissão dos funcionários no Banco do Brasil”, declarou o diretor do Sindicato Rafael Zanon. “Queremos saber no que se basearam os gestores para demiti-lo, e por que a Gepes confirmou a demissão sem ao menos ter acompanhado o caso do bancário. Isso é abuso”.

“É inadmissível a negligência da Gepes tanto quanto a arbitrariedade da gerência da unidade onde ele trabalhava. Dizer apenas que o bancário não está apto ao exercício da função sem apontar e ainda esconder as justificativas é condenável. Não há dúvidas de que o banco errou e terá que reparar esse equívoco”, complementa o presidente do Sindicato, Rodrigo Britto.

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