No processo de incorporação do BESC ao Banco do Brasil nenhuma agência será fechada, os contratos vigentes com os trabalhadores besquianos serão honrados e não existirá nenhum tipo de seleção para que o besquiano passe a ser funcionário de carreira do BB. Estas foram algumas das afirmativas dos representantes do Banco do Brasil na reunião ocorrida nesta quinta-feira, dia 24 de abril, na Superintendência do BB, em Florianópolis. Na reunião, membros da FETEC/CUT/SC e dos Sindicatos filiados, representando os trabalhadores do BESC, e representantes do Banco do Brasil discutiram a incorporação do banco catarinense ao BB.
Pela FETEC falou a coordenadora geral, Maria Terezinha Rondon, e pela Contraf-CUT, o Secretário Geral da Confederação, Carlos Cordeiro, e o coordenador da Comissão de Empresa do Banco do Brasil da confederação, Marcel Barros. Participaram também o atual presidente do SEEB Florianópolis e Região, Jacir Zimmer e o presidente eleito nas últimas eleições do Sindicato, Clovis Mena Dutra. Pelo Banco do Brasil, o gerente executivo José Marcelo de Souza e o gerente José Roberto Mendes do Amaral da diretoria de Relações com Funcionários e Responsabilidade Socioambiental, o gerente do projeto Aquisição de Bancos, Guilherme André Frantz, além do atual diretor de Administração do BESC, Carlos Célio de Andrade Santos.
Manutenção das agências: compromisso contratual
Agora o processo de incorporação está na fase de estudo das empresas para estabelecer o valor de mercado de cada uma. Frantz destacou que o Banco do Brasil está aprendendo como funciona o BESC e qual será o impacto da incorporação para os clientes. No dia 29 de agosto, chamado pelos representantes do BB de ´Dia D’, acontecerão as assembléias dos acionistas do BB e do BESC, o que representará a conclusão do processo de incorporação. No ‘Dia D ‘ o Besc perderá sua personalidade jurídica e deixará de existir, bem como toda a diretoria do banco catarinense. Frantz disse que os outros dois caminhos para o BESC não fosse o modelo de incorporação adotado seria ou a privatização ou a extinção do banco. Em sua fala disse também que “nenhuma das agências será fechada. Manter os pontos pioneiros é um compromisso contratual”.
Questionado pelos sindicalistas, Frantz explicou que o fechamento dos postos do BESC na Assembléia Legislativa e no Tribunal de Contas do Estado foi uma resposta do BB para defender posições no mercado, pois outros bancos, principalmente privados, já pressionavam para adquirir as contas do funcionalismo estadual. De acordo com os representantes do BB, os outros postos do BESC serão mantidos para evitar uma movimentação ‘desnecessária’ durante o processo de incorporação. Frantz lembrou que os depósitos feitos pelos correntistas do BESC nos últimos tempos mostram a credibilidade do banco junto à sociedade catarinense e ainda que manter essa relação é de interesse do Banco do Brasil. O coordenador da Comissão de Empresa destacou que há um déficit de aproveitamento do Pronaf pelo Banco do Brasil e que esse tipo de crédito deveria ser oferecido também por meio das agências do BESC. “Isso iria dialogar com o papel social do BESC em Santa Catarina e também ajudaria as agências hoje deficitárias com relação às aberturas de contas” disse Marcel Barros.
Plano de Carreira no Banco do Brasil e no BESC
Os sindicalistas mostraram-se bastante preocupados com relação à manutenção dos direitos dos trabalhadores do BESC e de como ficará o plano de carreira. O assessor jurídico do Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região, Maurício Pereira Gomes falou que durante a incorporação, dois regimes distintos vão conviver dentro da mesma empresa e ainda, que esse convívio terá de dialogar com o princípio constitucional da isonomia de tratamento. O processo terá que contar com a interlocução do movimento sindical para superação de arestas. O movimento sindical acredita que os funcionários do BB não terão prejuízos com a incorporação e a entrada dos besquianos na empresa.
Durante a reunião, nas falas dos representantes do Banco do Brasil, ficou expresso que o BB irá assumir direitos e obrigações dos contratos vigentes com os besquianos. O acordo coletivo dos trabalhadores do BESC será prorrogado até que um novo acordo passe a valer para os besquianos. Hoje o Banco do Brasil tem três carreiras e o BESC, duas. A partir do dia 1º de setembro de 2008 o BB terá cinco carreiras. Frantz destacou que os besquianos não serão funcionários de carreira do Banco do Brasil, automaticamente, a partir de primeiro de setembro. Ele explicou que os besquianos passarão por um período longo de treinamento e que não há previsão de data para que seja possível fazer a opção. Os representantes do BB disseram que as vontades das pessoas serão respeitadas, mas com as limitações que possam vir a refletir na vida funcional do trabalhador. Quem decidir não optar pela carreira do Banco do Brasil estará em um grupo de carreira em extinção, o que já existe dentro dos quadros do BB. No caso dos comissionados serão seguidos os critérios do plano de comissões do Banco do Brasil.
BESC na pauta da Comissão de Empresa
“Praticamente cem por cento dos empregados do BESC estão em Santa Catarina e entendemos que há uma angústia dos dirigentes sindicais e dos trabalhadores daqui, por isso precisamos ter um cronograma de reuniões”, disse Carlão, Secretário Geral da Contraf/CUT. Souza garantiu que o BESC será ponto de pauta nas reuniões mensais da Comissão de Empresa com o BB. Ele disse que “o Banco do Brasil está aberto para o movimento sindical a qualquer momento, mas cada tema deve ser discutido na sua hora”. Disse ainda que divergências vão surgir, e que “isso é natural”. Até a assembléia dos acionistas do BESC e do BB no dia 29 de agosto devem acontecer quatro reuniões da Comissão de Empresa com a direção do BB. Quanto à situação da FUSESC, se será ou não incorporada a PREVI, os representantes do Banco do Brasil disseram que o assunto está em estudo técnico e que, por hora, segue sem definição.
