(São Paulo) O Banco do Brasil repetiu a retórica adotada no período da manhã e na tarde desta quarta-feira, dia 4, voltou a se apresentar diante dos representantes do funcionalismo sem qualquer proposta. Desta vez, a discussão era sobre o Plano de Cargos e Salários (PCS). Há um mês e meio a diretoria está tentando, via pacote de maldades, piorar o que já era ruim para os bancários. Diante da pressão da Contraf-CUT e dos protestos promovidos pelos funcionários do BB em todo o país, a empresa aceitou abrir negociações, mas não mostra qualquer vontade para avançar nas reivindicações dos trabalhadores.
“No começo de 2006, reapresentamos ao banco as nossas reivindicações para o PCS. O BB nunca avançou em um item sequer e depois apareceu com este pacote ridículo. Já nos reunimos duas vezes com a diretoria desde o pacotão só para discutir o PCS e até agora nada. A postura desta direção é de uma irresponsabilidade nunca antes vista na história do banco”, afirma Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.
Durante a reunião, o diretor que falava em nome do banco disse que não tinha qualquer proposta para apresentar porque houve “problemas que não estavam previstos” com a implantação do pacote. Afirmou também que não dispunha das “informações necessárias para discutir a proposta” apresentada pelo funcionalismo. Diante disso, o banco sugeriu não marcar nova data de negociação e informou que chamaria a Contraf para discutir assim que tiver uma posição.
“Apresentamos nossa última proposta há um ano e meio e o banco não tem uma resposta? Realmente a diretoria está perdida, como mostra a saída de mais de 7 mil funcionários num plano equivocado de aposentadoria antecipada. Com a falsa alegação de se tornar mais competitivo, o BB acabou dispensando 7 mil trabalhadores qualificados, que agora vão servir ao mercado”, destaca Marcel.
A Contraf-CUT também questionou o fato de o BB cobrar das pessoas que aderiram ao plano de aposentadoria, e ainda não se desligaram, a assinatura de um termo que quita diversos direitos que não foram pagos. “Afirmamos que este termo é ilegal e vamos contestar judicialmente. As pessoas não devem assinar nada e qualquer pressão deve ser comunicada aos sindicatos”, afirma Marcel.
Os bancários ainda cobraram a reclassificação das ausências da greve contra o pacote de maldades. “Não negamos as ausências, mas o banco não pode dizer que elas não são justificadas e que a empresa não sabia dos protestos. Os negociadores do banco mais uma vez tergiversaram e não apresentaram proposta concreta, como vem ocorrendo sempre”, diz.
Outro ponto cobrado pela Contraf foi a irregularidade que o Banco do Brasil promove ao não pagar o devido adicional para quem exerce a função de caixa. “Já constatamos este desrespeito no Brasil inteiro. No dia 21 de maio, a Contraf fez esta denúncia ao presidente do BB, Lima Neto, que prometeu que isto jamais ocorreria novamente. E continua havendo esta irregularidade. O que mostra que nem a palavra do presidente do banco vale alguma coisa”, finaliza Marcel.
Fonte: Contraf-CUT