BB é condenado por assédio moral de superintendente estadual do Ceará

A juíza Luciana Jereissati Nunes, da 11ª Vara do Trabalho de Fortaleza, concedeu na quarta-feira (7) sentença favorável a um ex-superintendente regional do Banco do Brasil que denunciou à Justiça vários mecanismos de pressão e cobrança de metas, além da existência de uma “lista negra” para futuros descomissionamentos dentro do BB praticados pelo superintendente estadual do Ceará, Elói Medeiros. A magistrada determinou o pagamento de indenização ao ex-superintendente no valor de R$ 300 mil por danos morais.

O ex-superintendente regional denunciou que, após sofrer inúmeras formas de assédio moral, foi pressionado a se aposentar em março de 2013. De acordo com ele, em carta apresentada à direção e divulgada na área interna do BB, era forçado a fazer avaliações tendenciosas, levando alguns colegas a também se aposentarem ou receberem punições indevidas. Tudo com o aval da Super do CE.

Inconformado com a situação e a falta de apuração devida pelo BB, o ex-superintendente regional acionou a Justiça que chegou, inclusive, a divulgar documentos que comprovam a existência de uma “lista negra” dentro do banco. Da relação, constam os nomes de pelo menos 41 gerentes apontados como “as potenciais vítimas” de assédio, pressão e descomissionamentos.

A relação, usada como prova no caso do bancário, contém nomes de gerentes com mais de 50 anos de idade e com mais de 30 anos de banco e que seriam pressionados a se aposentarem ou, caso contrário, seriam transferidos para agências de nível inferior ou, até mesmo, seriam descomissionados.

Além disso, o ex-superintendente regional contou que era obrigado a passar por situações vexatórias, que sofreu discriminação por conta da sua idade, que foi obrigado a suportar abusos, exploração com exigência de tarefas subumanas e que foi vítima de perseguição e assédio moral pelo seu superior, o superintendente estadual Elói Medeiros, o que provocou o seu pedido de aposentadoria.

“O Sindicato já vinha recebendo várias denúncias contra o superintendente estadual, dando conta de uma série de casos de assédio moral por cobrança de metas e todo tipo de pressão. Entretanto, esse é o primeiro caso de condenação nesse sentido”, ressalta o diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará, José Eduardo Marinho.

“O reconhecimento da Justiça contra essa postura negativa do banco é mais um instrumento na nossa luta pelo fim dessas práticas abusivas dentro das instituições bancárias. Por isso, é importante que os bancários, que estiverem sofrendo com assédio moral, cobrança excessiva pelo cumprimento de metas ou qualquer outro tipo de irregularidade praticada pelos bancos, denunciem imediatamente”, finaliza o presidente do Sindicato e funcionário do BB, Carlos Eduardo Bezerra.

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