O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, que encabeçam a cruzada promovida pelo governo para a redução do spread bancário, apresentam, em média, as taxas de juros mais competitivas nas operações de crédito a pessoas físicas – especialmente nas linhas sem garantia – quando comparadas àquelas praticadas pelas grandes instituições privadas de varejo, seus concorrentes diretos.
Dados do Banco Central (BC) referentes ao período de 19 a 25 de abril mostram que, em duas das quatro modalidades de crédito prefixadas destinadas a pessoas físicas e monitoradas pela autoridade – cheque especial e crédito pessoal -, os bancos estatais tinham as taxas mais baratas do mercado. Nas linhas em que há garantia – veículos e aquisição de outros bens – o BB aparece em posição de destaque, enquanto a Caixa ocupa a lanterna.
No cheque especial, uma das modalidades mais caras para a pessoa física – só perdendo para o rotativo do cartão de crédito – a Caixa Econômica cobra juro médio de 4,11% ao mês (desconsiderados os encargos). Em segundo lugar está o Banco do Brasil, mas com uma taxa média que é quase o dobro daquela praticada pela Caixa – de 8,05%. O Bradesco tem taxa média de 8,19%; Itaú Unibanco, 8,24%; HSBC, 9,50%; e Santander, 9,76%.
No crédito pessoal, cabe também aos bancos estatais a dianteira no quesito taxas de juros mais baixas. Caixa apresentava taxa média de 1,83% ao mês e BB, de 2,23%. Já entre os bancos privados a configuração do ranking muda significativamente em relação à modalidade de cheque especial. O Santander passa a ter a menor taxa média, de 3,17%. Na sequência aparece o Itaú Unibanco, com taxa média de 3,54%; HSBC, 3,98%; e, por último, Bradesco, com taxa de 4,29%.
No crédito para aquisição de veículos, a diferença entre bancos estatais e privados se reduz de forma expressiva, embora o BB apareça com a taxa média mais competitiva, de 1,27% ao mês. Bradesco cobra taxa média de 1,51%; Santander, 1,57%; Itaú Unibanco, 1,60%; HSBC, 1,64% e Caixa Econômica, 1,70%.
Apenas quatro dos seis grandes bancos de varejo do país aparecem no ranking do BC na linha de crédito para aquisição de outros bens. Dessa lista, BB surge com uma taxa média de juro de 1,69% ao mês; Bradesco, 3,11%; HSBC, 4,06% e, por último, a Caixa, com taxa média de 5,61%.
No crédito prefixado para pessoas jurídicas os bancos estatais também ocupam posição de destaque. No desconto de duplicatas, por exemplo, o BB cobra taxa de juro média de 1,55% ao mês e, Caixa, de 1,56%. Na sequência aparecem os privados: HSBC, com 1,62%; Santander, 1,87%; Itaú Unibanco, 2,15%, e Bradesco, 2,21%.
O BB, que ontem anunciou mais uma rodada de corte nas taxas de juro, desta vez para micro e pequenas empresas, já considera que a carteira de crédito para o segmento poderá superar o crescimento de 23% previsto para o ano, até agora, segundo o vice-presidente Osmar Dias. Responsável pela área de agronegócios e micro e pequenas empresas, o executivo disse que o custo do novo corte de juro será compensado pelo ganho de escala, mas não forneceu uma nova projeção. O banco quer ampliar também sua carteira de micro e pequenas empresas, atualmente é de 2,1 milhões de contas.
Na nova rodada de corte de juro do BB ainda há condições especiais para empresas que transferirem operações de crédito de outras instituições bancárias.