Valor Econômico
Filipe Pacheco e Cristiane Perini Lucchesi
O Banco do Brasil planeja emitir no exterior, até o final desta semana, papéis de dívida subordinada de nível 2 com vencimento em dez anos, de acordo com pessoa familiarizada com a transação, informou a “Bloomberg”. O banco brasileiro contratou o Bank of America, o Banco Votorantim, o BNP Paribas e o J.P. Morgan Chase para fazer a oferta, e o valor captado deve ser superior a US$ 500 milhões.
Em proporções bem menores, o Banco Ficsa concluiu na última sexta-feira uma captação de US$ 11 milhões com a emissão de títulos no exterior. A operação foi a primeira na história do banco e o valor conseguido foi superior às expectativas da instituição, de US$ 10 milhões.
Os papéis de trinta meses, com vencimento em 13 de novembro de 2013, pagarão 9% de rendimento ao ano. O cupom (juro nominal) foi de 8,5% ao ano. De acordo com o principal executivo de negócios do Ficsa, Sandro Tordin, a operação visou diversificar as fontes de captação de recursos do banco. “Foi importante para sermos reconhecidos no mercado externo, pois até então nunca tínhamos feito uma incursão estrangeira. Foi algo como levantar a mão e dizer ‘olha aqui, nós existimos!'”, disse.
Segundo Alexandre Blas, da Queluz, que liderou a transação para o Ficsa, os principais compradores dos títulos foram bancos de investimentos e gestores de recursos. O dinheiro deve ser usado para repassar ao crédito consignado, focado em pensionistas do INSS, e financiamento de veículos usados.
A carteira de créditos do banco totalizava R$ 163 milhões no final de 2010, e a instituição conta com 183 mil clientes ativos.
Sordin saiu do Banco Schahin em 2008 para coordenar o Ficsa, que na época tinha acabado de ser comprado por um grupo de empresários. Hoje a estrutura societária é dividida em três partes iguais: entre o grupo Polimix, do setor de distribuição de cimento; o Aegea (antigo Equipav), da área de infra-estrutura e álcool; e o grupo de investidores Delmonte.