Ao mesmo tempo em que lidera o ranking nacional em ativos financeiros (R$ 982 bilhões), o Banco do Brasil também aparece nas primeiras colocações das reclamações trabalhistas do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Uma prova dessa política equivocada, questionada com veemência pelo Sindicato dos Bancários de Brasília e que não condiz com a postura de um banco público de um governo democrático e popular, são as inúmeras ações de perseguição e de retaliação praticadas pelos gestores da instituição.
O mais recente ato nefasto foi a demissão, nesta terça-feira 18, de um bancário lotado na capital federal que havia ingressado com ação na Justiça reivindicando o pagamento das 7ª e 8ª horas. Mesmo com as ótimas avaliações e os elogios de seus colegas de trabalho, o bancário foi perseguido pelo diretor da área, que não poupou esforços para demiti-lo.
“Há fortes indícios de perseguição pessoal por causa disso, uma vez que não ficaram claros os critérios adotados para seu desligamento pelos gestores do local de trabalho. A suspeita é reforçada por conta do seu ótimo desempenho profissional e bom relacionamento interpessoal, além da excelente formação”, afirmou o diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araujo, bancário do BB e representante da categoria no Comando Nacional dos Bancários.
Também chama atenção o fato de o bancário, que é um exímio pesquisador e que concluiu a bolsa de estudos pós-graduação livre escolha (mestrado e doutorado), não ter sido nomeado para o cargo almejado, conforme prevê a Instrução Normativa (IN) 105-2, item 5.2.3. Ou seja, o gestor do BB desrespeitou o próprio normativo.
Sindicato repudia demissão mal explicada
Para o Sindicato, a demissão é questionável. “Estamos diante de mais um caso de claro desrespeito às normas internas do Banco do Brasil”, completou Eduardo Araújo. “Queremos saber no que se basearam os gestores para demiti-lo, e por que os diretores da Vice-Presidência de Gestão de pessoas (Vipes) confirmaram a demissão”.
“É inadmissível a postura do banco, que vem disseminando o terror entre os funcionários que buscam seus direitos na Justiça. Dizer apenas que o bancário está afastado do cargo sem apontar e ainda esconder as justificativas é condenável. Não há dúvidas de que o banco errou e terá que reparar esse grave equívoco”, observa o presidente do Sindicato e da Central Única dos Trabalhadores de Brasília (CUT Brasília), Rodrigo Britto, que também é bancário do BB.
O Sindicato, que manifesta seu repúdio à decisão do BB de demitir um funcionário por ato de gestão, irá atuar em todas as frentes para defender o bancário, vítima de perseguição de um diretor da instituição financeira.
Na avaliação do Sindicato, o BB, por seu caráter público, deve se pautar, acima de tudo, pela transparência de suas ações e decisões internas.