BB anuncia lucro de R$ 2,347 bilhões no trimestre

O Banco do Brasil anunciou, nesta terça-feira (13/05), um lucro de R$ 2,347 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa um crescimento de 66,6% em relação ao R$ 1,409 bilhão registrado em igual período de 2007. O resultado, no entanto, está inflado em pelo menos R$ 900 milhões provenientes de receitas extraordinárias, o que significa que o resultado final no período foi de R$ 1,560 bilhões.

De acordo com Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa do Banco do Brasil da Contraf-CUT (CE BB), o lucro traz um grave problema: estar fundamentado no crescimento do consumo. “Conforme o balanço do banco, as operações para pessoa física cresceram 47,5% sendo que, dentro deste segmento, os financiamentos de CDC veículos subiram 175%, os cartões de crédito, 100,9%, enquanto que os investimentos no Agronegócio Pessoa Física aumentaram apenas 7,8%”, compara Marcel.

Em sua avaliação, tamanha diferença afasta ainda mais o BB de sua real vocação. “No momento em que o mundo fala da crise dos alimentos, o BB prioriza os financiamentos de veículos em detrimento de uma atuação que fosse capaz de garantir lucro, com investimentos no crescimento do país e na defesa do futuro da humanidade”, desabafa Marcel. Para ele, esse é mais um dos erros da atual diretoria do banco que vem se somar a uma coleção de 200 erros cometidos em 200 anos da instituição.

A outra face da moeda – A notícia do lucro do BB no primeiro trimestre de 2008 chegou aos locais de trabalho provocando um sentimento único entre os funcionários. “Só nós sabemos a custa de quantos esforços o banco alcança tamanho resultado”, mencionou uma funcionária do BB em alusão às práticas de assédio moral, metas abusivas e desrespeitos constantes à jornada de trabalho.

Leia abaixo alguns destaques entre os dados divulgados pelo banco:

– O Banco do Brasil (BB) apresentou um lucro líquido de R$ 2,347 bilhões no primeiro trimestre de 2008, um aumento de 66,57% em relação ao mesmo período do ano anterior (R$ 1,409 bilhões) em base não recorrente. Com esse resultado, o BB registrou uma rentabilidade patrimonial média de 43,5%, contra 29,4% no mesmo período de 2007. Por outro lado, ao considerar o lucro recorrente de R$ 1,559 bilhões, registra-se um crescimento de 6,3% em relação aos R$ 1,466 bilhões do primeiro trimestre de 2007 e uma rentabilidade patrimonial média de 27,6%. No primeiro trimestre de 2007 essa rentabilidade patrimonial média foi de 30,7% considerando-se o lucro recorrente desse ano;

– O lucro do banco deve-se, sobretudo, aos efeitos extraordinários de R$ 789 milhões, sendo R$ 305 milhões o resultado da venda da participação na Visa internacional, R$ 241 milhões reavaliação de participação societárias pelo método de equivalência patrimonial e R$ 302 milhões de eficiência tributária com a revisão periódica de despesas passíveis de dedutibilidade.

– Foram destinados R$ 939 milhões para os acionistas (40% do lucro líquido), R$ 369 milhões na forma de juros sobre o capital próprio e R$ 570 milhões em dividendos;

– O patrimônio líquido passou de R$ 21,638 bilhões em março de 2007 para R$ 25,407 bilhões em março de 2008, aumento de 17,42%;

– Os ativos totais aumentaram 21,96%, passando de R$ 321,898 bilhões em março de 2007 para R$ 392,586 bilhões no mesmo período de 2008;

– Os títulos e valores mobiliários sofreram redução de 4,4%, passando de R$ 73,350 bilhões em março de 2007 para R$ 70,091 bilhões em março de 2008;

– A carteira de crédito passou de R$ 140,387 bilhões em março de 2007 para R$ 172,760 bilhões em março de 2008, aumento de 23,06%;

– Entre as operações de crédito destaque para o aumento de 47,5% das operações de pessoa física (de R$ 26,130 bilhões em março de 2007 para R$ 38,541 bilhões no mesmo período de 2008). A operação de maior participação é de cdc consignado que passou de R$ 9,343 bilhões em 2007 para R$ 12,781 bilhões em 2008, aumento de 36,8%. A de maior aumento foi a operação de cdc veículos com 175,4% (de R$ 1,287 bilhões em 2007 para R$ 3,544 bilhões em 2008) e a segunda maior foi a operação de cartão de crédito com 100,9% (de R$ 3,198 bilhões em 2007 para R$ 6,425 bilhões em 2008). As operações de crédito pessoa jurídica (médias e grandes empresas) aumentaram 16,2 % (de R$ 35,718 bilhões em março de 2007 para R$ 41,522 bilhões em março de 2008), as de micro e pequenas empresas aumento de 32% (de R$ 19,448 bilhões em março de 2007 para R$ 25,675 bilhões em março de 2008) e o agronegócio aumento de 20,8% (de R$ 46,774 bilhões em março de 2007 para R$ 56,524 bilhões em março de 2008);

– As receitas com intermediação financeira foram de R$ 10,975 bilhões em março de 2008, 13,7% maior do que os R$ 9,650 bilhões de igual período em 2007;

– As provisões para crédito de liquidação duvidosa aumentaram em 7,2%, de R$ 1,431 bilhões em março de 2007 para R$ 1,534 em março de 2008;

– As receitas de prestação de serviços (RPS) registraram um aumento de 8%, acumulando R$ 2,568 bilhões em março de 2008 (em março de 2007 foi de R$ 2,377 bilhões). A principal fonte de arrecadação são as tarifas de conta corrente, num total de R$ 731 milhões, essas tarifas são responsáveis por 28,46% das RPS. A segunda maior é a de administração de fundos com R$ 477 milhões em março de 2008. A de maior crescimento em relação ao mesmo período de 2007 foi a de rendas de cartão com 32,9% (de R$ 193 milhões em março de 2007 para R$ 256 milhões em março de 2008);

– As despesas de pessoal apresentaram aumento de 5,7% (de R$ 1,672 milhões em 2007 para R$ 1,768 bilhões em março 2008) e outras despesas administrativas aumento de 13,5% (de R$ 1,401 bilhões em 2007 para R$ 1,590 bilhões em março 2008). As despesas administrativas totais foram de R$ 3,372 bilhões em março de 2008, 8,4% maior do que os R$ 3,110 bilhões de março de 2007.

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