Bloomberg
Lindsay Fortado e Karen Freifeld
O Barclays Plc, terceiro maior banco britânico, pode chegar em duas semanas a acordo com investigadores nos Estados Unidos sobre a forma como lidou com recursos de países sujeitos a sanções econômicas americanas, segundo uma fonte a par do caso.
O banco reservou 194 milhões de libras esterlinas (US$ 307 milhões) para o acordo, segundo comunicado divulgado ontem. A instituição de crédito britânica vem realizando uma avaliação interna e encaminhando os resultados, no que se refere “à possível resolução dessa questão”, a órgãos como o Departamento de Justiça dos EUA, o Escritório do Promotor Público de Manhattan e o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, ligado ao Departamento do Tesouro dos EUA.
O banco informou estar em estágio “avançado de negociações com essas e outras autoridades” para encerrar a investigação. Alistair Smith, porta-voz do banco londrino não quis fazer mais comentários.
O Barclays havia divulgado em fevereiro que também estava sob investigação da Autoridade de Serviços Financeiros (FSA, órgão regulador do mercado financeiro britânico) por pagamentos envolvendo pessoas ou países sob sanções do Tesouro do Reino Unido. O banco havia revelado a investigação do Departamento de Justiça dos EUA em 2007.
O Credit Suisse AG, Lloyds Banking Group Plc e oito outros bancos estão sob investigação nos EUA por processar pagamentos que permitiram ao Irã e outros países sob sanções acesso a mercados nos EUA. Credit Suisse e Lloyds chegaram a acordos com órgãos federais e estatais nos EUA em 2009.
O Lloyds pagou mais de US$ 350 milhões em janeiro de 2009 para encerrar as investigações nos EUA. Neste acordo com o Escritório do Promotor Público de Manhattan e o Departamento de Justiça, o banco, cuja sede também fica em Londres, admitiu alterar informações de transferências eletrônicas para esconder a identidade de seus clientes e permitir a movimentação de bilhões de dólares em bancos dos EUA, violando as sanções.
Erin Guggan, porta-voz do Escritório do Promotor Público de Manhattan, chefiado por Cyrus Vance Jr., não quis comentar qualquer possível acordo com o Barclays. Alisa Finelli, porta-voz do Departamento de Justiça, e Marti Adams, porta-voz do Departamento do Tesouro, também não quiseram falar sobre o assunto.
Na ocasião do acordo com o Lloyds, o então promotor público de Manhattan, Robert Morgenthau, havia afirmado que nove outros grandes bancos estrangeiros haviam usado a mesma técnica para disfarçar transferências ilegais.
O Credit Suisse, com sede em Zurique, chegou a acordo em dezembro para pagar US$ 536 milhões às autoridades americanas por transações ilegais de mais de US$ 1,6 bilhão, envolvendo o Irã, Sudão, Mianmar, Cuba e Líbia entre meados da década de 90 e 2006, segundo documentos judiciais.