Direção do Banrisul condiciona avanços à mesa de negociação com a Fenaban
O Comando dos Banrisulenses, coordenado pela Fetrafi-RS, voltou a se reunir na tarde desta sexta-feira, dia 14, com a direção do Banrisul, em Porto Alegre, para debater as reivindicações específicas dos funcionários. A direção do banco seguiu com a mesma postura das demais reuniões e mais uma vez empacou nas discussões das cláusulas econômicas e auxílios, condicionando-as à mesa de negociação do Comando Nacional dos Bancários com a Fenaban.
Não houve nenhum avanço em temas que os banrisulenses consideram como fundamentais, como Plano de Carreira, um piso diferenciado que realmente valorize os funcionários, valorização da função de Operador de Negócios (ON), plataformistas e caixas, entre outros.
Na parte da manhã, houve negociação sobre demandas de saúde e segurança bancária. Confira abaixo as respostas do banco.
Veja algumas das principais reivindicações econômicas dos banrisulenses e a resposta apresentada pelo banco:
Implementação do Plano de Carreira até 30 de janeiro de 2013
Resposta do banco: Não
Salário mínimo do Dieese como piso
Resposta do banco: Não
Gratificação de caixa de R$ 845,73 mais quebra de caixa
Resposta do banco: Não
Gratificação de R$ 1.120 para ONs e Plataformistas
Resposta do banco: Não
Isonomia no pagamento do anuênio para todos os empregados
Resposta do banco: Não
Vedar a terceirização nos setores de compensação, tesouraria, caixa rápido, home banking, atendimento telefônico, autoatendimento, teleatendimento, cobrança, cartão de crédito, retaguarda, vigilância e monitoração
Resposta do banco: Não
Fim das metas abusivas, metas individuais e GMD
Resposta do banco: Não
Fim do limite da vagas nas promoções regulamentares (tempo e merecimento)
Resposta do banco: Não
Política de reajuste em que o maior valor negociado incida em toda a tabela salarial dos quadros existentes do banco, evitando assim que aconteçam novos cortes de letras
Resposta do banco: Não
Saúde
O debate específico sobre questões de saúde no Banrisul ocorreu na manhã desta sexta-feira, simultaneamente à negociação das reivindicações de segurança. Durante a reunião, os representantes do banco negaram todas as demandas com algum impacto financeiro para a instituição.
Embora concorde com diversos itens da pauta apresentada, o Banrisul nega a isonomia de tratamento para bancários afastados para tratamento de saúde, tais como vale-refeição, RVs e demais prêmios pagos a funcionários da ativa.
O banco remeteu algumas reivindicações para o âmbito da Comissão Paritária de Saúde, que é um fórum permanente de discussão, integrado por representantes do Banrisul e do movimento sindical. Ainda ficou acertado de que as reuniões da Comissão terão um calendário prévio, a ser definido paritariamente.
Emissão de CAT – O banco concordou em providenciar a emissão de Comunicação de Acidente do Trabalho para todos os funcionários que presenciarem assaltos ou forem vítimas de sequestro, com avaliação médica simultânea.
CIPAs – Os representantes do Banrisul também aceitaram a realização de eleição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes em todas as unidades da instituição com mais de cinco (5) funcionários.
Veja todas as reivindicações de saúde e condições de trabalho defendidas pelo Comando na negociação:
1. O Banrisul divulgará periodicamente as doenças ocupacionais, detalhando seus sintomas, principalmente as LER/DORT e as psicológicas, pelo alto risco na categoria, fazendo com que os bancários possam identificar esses sintomas precocemente, procurando o auxílio médico necessário.
Resposta: Direção acolheu a reivindicação
2. Isonomia de tratamento ao bancário afastado por motivo de saúde ou acidente de trabalho com os da ativa, garantindo o pagamento de Cesta Alimentação, Vale Refeição, PLR, RVs e demais prêmios enquanto durar o afastamento.
Resposta: Fica como está, ou seja, PLR e cesta alimentação até 12 meses de afastamento.
3. O Banrisul assumirá o pagamento do salário do bancário que tiver alta do INSS e que seja considerado inapto no exame de retorno ao trabalho. Este pagamento será garantido até que se esgotem todos os processos administrativos ou judiciais contra o INSS.
Resposta: Seguirá a Fenaban
4. O Banrisul dará as condições necessárias para a reabilitação dos portadores de doenças ocupacionais, que tenham sido ou não afastados do trabalho.
Resposta: Direção acolheu a reivindicação
5. O Banco se compromete a realizar eleições diretas para CIPA nas unidades com mais de 5 (cinco) funcionários, garantindo à CIPA e aos seus integrantes todas as prerrogativas previstas na NR 5, realizando o treinamento adequado, com participação do movimento sindical na elaboração dos temas.
Resposta: Tem acordo
6. O Banco cumprirá a realização de pausas conforme previstas na NR 17, item 6.4.d., ou seja: a cada 50 minutos trabalhados um mínimo de 10 minutos de pausa, atinja todas as funções, que em análise ergonômica da atividade, tiverem exigência de sobrecarga dinâmica e estática na sua execução.
Resposta: Não tem acordo, mas se compromete a fazer a ginástica laboral direcionada para a função de caixa.
7. O Banrisul cumprirá um Programa de Controle Médico em saúde ocupacional (PCMSO-NR 7) que visará à preservação da saúde do trabalhador em todos os seus aspectos, incluindo os problemas de saúde de ordem não ocupacional, mas com ênfase especial do diagnóstico dos problemas de saúde relacionados ao trabalho. Desta forma, conforme redação da própria NR7, deverá ter prioridade na prevenção, rastreamento e diagnóstico preventivo dos aspectos de saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de doenças ocupacionais e levantamento estatístico dos/as adoecidos/as.
Resposta: Tem acordo. O banco diz que já tem projeto e apresentará nas próximas reuniões.
8. Deverão os profissionais do SESMT visitar continuamente os locais de trabalho e conhecer em profundidade as rotinas de trabalho e os riscos delas decorrentes, dando enfoque à prevenção.
Resposta: Tem acordo
9. O Banrisul cobrirá as despesas de tratamento de saúde dos empregados(as) enquanto estiverem afastados por acidente de trabalho ou doença, sem prazo para encerramento da cobertura.
Resposta: Fica como está, ou seja, 180 dias.
10. Sempre que for necessária a realização de exames médicos específicos, os mesmos serão custeados pelo banco e realizados em local escolhido pelo trabalhador, sendo que os resultados serão fornecidos exclusivamente a ele, independente da existência de médicos, clínicas ou laboratórios credenciados à Cabergs.
Resposta: Disse que paga nas localidades onde não há convênio com a Cabergs
11. O Banco cumprirá a legislação que prevê que nenhum trabalhador poderá ser dispensado sem o exame médico demissional, a ser realizado até a data da homologação, que observará, além de doenças não relacionadas ao trabalho, fundamentalmente, a possibilidade de existência de doença de origem ocupacional. Em hipótese alguma o Banrisul utilizará exame periódico como demissional.
Resposta: O banco disse que utilizará o exame médico periódico preventivo
12. Além da relação de CAT´s emitidas mensalmente, o Banrisul fornecerá mensalmente às entidades sindicais listagem com os nomes dos empregados que retornaram de licença médica, indicando o local a que voltaram a desempenhar suas tarefas.
Resposta: Tem acordo
13. Permanentemente os sindicatos/federação realizarão vistorias nos locais de trabalho, independentemente da presença dos órgãos competentes, para verificação do cumprimento da legislação sobre saúde e condições de trabalho. As irregularidades constatadas serão encaminhadas primeiramente ao banco para serem solucionadas.
Resposta: Tem acordo
14. A Comissão Paritária de Saúde será mantida com o intuito de encaminhar e negociar as reivindicações do funcionalismo para a construção de uma Política Permanente e Integral de Saúde, em conjunto com as entidades sindicais e o comando dos banrisulenses.
Resposta: Tem acordo
14.1. O calendário de reuniões será pré-definido por todo o ano, não cabendo a nenhuma das representações paritárias desmarcar/faltar as reuniões sem justificativa relevante, comunicada por escrito a outra parte antes da data agendada.
Resposta: Tem acordo
15. O Banco deverá cumprir lei federal que garanta acessibilidade nos locais de trabalho e condições de trabalho para pessoas com deficiência.
Resposta: Tem acordo
16. O Banco efetivará análise ergonômica que deverá ser realizada pelo SESMT na rede de agências e Direção Geral com acompanhamento das entidades sindicais, visando resolver os problemas de inadequação de mobiliário e de organização do trabalho.
Resposta: Tem acordo
17. Retorno imediato do projeto de Ginástica Laboral sem critérios numéricos para participação.
Resposta: Tem acordo parcial, pois o banco fará levantamento da participação dos colegas no projeto.
18. O Banco deverá complementar a remuneração dos empregados(as) já aposentados(as) pelo INSS que vierem a ausentar-se do local de trabalho após 15 dias por motivo de doença.
Resposta: Não tem acordo
19. O Banco complementará o salário do empregado(a) considerado(a) incapaz para o trabalho em razão de doença comum ou acidentária, que já estiver aposentado pelo INSS.
Resposta: Não tem acordo
20. O pagamento dessa complementação salarial deverá ser efetuado considerando a diferença entre o salário pago (verbas fixas percebidas) e o valor recebido a título de aposentadoria, enquanto durar a incapacidade.
Resposta: Tem acordo
21. Emissão de CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho):
Resposta: Tem acordo
21.1. Será emitida a CAT a todos os empregados(as) da agência/departamento em caso de assalto ou tentativa deste, independente de avaliação médica.
Banrisul nega reivindicações de saúde com impacto econômico
Resposta: Ficou acordado que a redação terá a troca de independente, por conjuntamente de avaliação médica
21.2. O banco deverá emitir a CAT sempre que o bancário apresentar atestado que indique suspeita/diagnóstico de doença relacionada ao trabalho, firmada por médico assistente.
Resposta: O banco irá cumprir a lei
Segurança
O Comando dos Banrisulenses arrancou, na manhã desta sexta-feira, o compromisso da direção do banco de criar e instituir como norma uma Comissão Paritária de Segurança.
A ideia é garantir que o grupo – formado por trabalhadores e representantes do banco – formule uma política de segurança que possa combater a violência bancária, como assaltos e sequestros. Essa foi a segunda rodada de negociação temática e uma nova reunião deverá ocorrer na próxima semana para especificar prazos para os investimentos em segurança e definir um calendário sistemático de reuniões do grupo.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Alegrete, José Joel da Luz, avaliou como positiva a regulamentação da Comissão de Segurança. “Esperamos que essa efetivação seja feita logo e que se possibilite a discussão dos dados e dos investimentos em segurança”, afirmou.
“O banco se comprometeu a oficializar a formação de uma Comissão de Segurança. Isso significa que esse grupo terá por obrigação formular e avaliar efeitos de investimentos em segurança que o banco fará em suas agências. Precisamos estabelecer agora um calendário sistemático de reuniões”, avaliou o diretor Jurídico do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e integrante do Grupo de Segurança Bancária do Estado, Lúcio Mauro Paz.
Outra questão que a direção do Banrisul se comprometeu a atender foi acabar com as metas de utilização dos serviços de carro-forte. No sistema atual, cada agência tem um limite de usos de carro-forte para transportar valores.
Por motivo de economia, os gerentes são pressionados a não extrapolar o número de transporte de valores por agência a cada mês. Segundo a direção do banco, até julho de 2013, um software de gerenciamento e de levantamento de volume de numerário por agência irá passar a controlar o fluxo.
Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e funcionário do Banrisul, Gerson Marques dos Reis, os representantes se mostraram bem acessíveis, porém entende que a tática é focar na saúde e segurança para não falar das clausulas financeiras.
“Mesmo que o banco tenha um projeto para acabar com as metas de transportes de valores, entendemos que elas põem em risco a segurança dos colegas e que o banco não pode esperar até 2013. Estamos falando da vida dos funcionários e é necessário acabar com estas metas de imediato”, analisou.
“A comissão de segurança terá como desafio estar vigilante à eficácia deste programa quando for instalado e de que esta tecnologia, inclusive, não reduza postos de trabalho”, acrescentou Lúcio Mauro.
O Comando dos Banrisulenses cobrou uma mudança de cultura em termos de segurança. A ideia é levar a direção a entender que o foco da política de segurança deve ser reduzir a exposição dos trabalhadores das agências aos riscos de um ataque e do sequestro e não de apenas defender o patrimônio. A vida está acima do patrimônio dos bancos.
Veja as propostas dos funcionários e as respostas do Banrisul:
Pauta 22.1: Instalação de portas giratórias, vidros blindados, câmeras de vídeos.
Resposta: Novas agências já terão itens de segurança completos e haverá investimentos em reformas.
Pauta 22.2: Criação de política de segurança contra assaltos que considere a opinião dos trabalhadores.
Resposta: Criação da Comissão Paritária de Segurança por norma. Os representantes do banco dizem acreditar que sistema centralizado de monitoramento de imagem irá atuar de modo a reduzir a exposição dos funcionários das agências.
Pauta 22.3: Abertura e fechamento de qualquer agência deve ser feita por empresa especializada e não mais por funcionários do banco.
Resposta: Banrisul está à procura de um modelo que possa permitir o acionamento da central de alarme. (Representantes dos trabalhadores não ficaram satisfeitos e esperam novas propostas na próxima reunião).
Pauta 22.4: Fim do pagamento por trabalhadores de caixa e tesouraria pelo acolhimento de notas falsas.
Resposta: Representantes da direção do Banrisul disseram não ter resposta para os trabalhadores. Querem consultar opinião da auditoria e da direção de RH. Essa questão voltará à mesa na próxima rodada.
Pauta 22.5: Inclusão da Comissão Paritária de Segurança em Instrução Normativa (IN) Interna.
Resposta: Direção acolheu totalmente a reivindicação.
22.7: Banco deverá garantir periodicamente cursos de prevenção de assaltos e sequestros.
Resposta: Direção acolheu totalmente a reivindicação.
22.8: Abastecimento dos cashs externos por empresa especializada.
Resposta: Direção acolheu totalmente a reivindicação.
22.9: Fim das metas de transportes de valores.
Resposta: Direção reconheceu que é preciso rever o atrelamento dessas metas à Remuneração Variável, entretanto apresentou a necessidade prévia de um investimento em software de tesouraria, que em face dos trâmites licitatórios, demoraria seis meses. Os bancários cobraram o fim das metas de forma imediata. Essa questão também retornará na próxima rodada de negociação.