Negociação com o presidente do Banpará, em Belém
O Banpará pretende prorrogar por mais 3 meses a instalação do ponto eletrônico, prevista para ser concluída em 31 de maio, assim como a implantação do Plano Odontológico, e quer apresentar uma proposta de banco de horas para os funcionários para que seja avaliada e decidida em assembleia específica. Esses foram um dos assuntos discutidos na reunião entre o Sindicato dos Bancários do Pará, a Fetec-CUT/CN e a Afbepa com o presidente do banco, Augusto Sérgio Amorim, realizada na quarta-feira, dia 16, em Belém.
Essa reunião que durou quase três horas ocorreu somente após a intermediação da Alepa (Assembleia Legislativa do Pará) e marcou a retomada da mesa de negociação permanente entre o Banpará e as entidades representativas dos trabalhadores.
Leia o resumo das discussões, a partir dos pontos elencados pelas entidades e oficiado pelo Sindicato ao banco em 8 de maio:
1) Funcionamento dos comitês, com destaque para o GT-PCS e o de Segurança:
Ficou assegurado pelo presidente do banco que os comitês serão fortalecidos e terão regularidade de reuniões. A primeira reunião do GT-PCS e do Comitê de Segurança acontecerá ainda em maio, ficando acertado também que tanto Segurança como CRT (Comitê de Relações Trabalhistas) terão duas reuniões mensais; e o GT-PCS, três reuniões por mês.
A Fetec-CUT/CN reivindicou a participação do 1º suplente em cada um dos comitês, para manter a continuidade do entendimento nos debates, o que ficou assegurado pelo Banco, cabendo à DIRAD cumprir a decisão. (Ao final, veja quem passa a integrar os Comitês).
2) Instalação do ponto eletrônico até 31 de maio:
O presidente do Banpará informou às entidades sindicais que o banco não terá condições de implantar o ponto eletrônico até 31 de maio, por falta de normatização e treinamento, além de ajuste nos horários. E solicitou um prazo até 31 de agosto de 2012.
O assunto foi protocolado em ofício ao Sindicato e a categoria será chamada em assembleia para se posicionar sobre a proposta do banco. A Fetec-CUT/CN indagou se o banco apresenta alguma contrapartida à categoria pela prorrogação e o presidente descartou qualquer compensação financeira.
A melhor data para a realização da assembleia dos trabalhadores do Banpará ainda está sendo avaliada pelas entidades e logo será divulgada para a categoria.
3) Pagamento das horas extras:
As entidades sindicais voltaram a questionar o não pagamento das horas extras e o Banco reafirmou que a determinação é que sejam pagas todas as horas extras trabalhadas. Tanto Sindicato, como Fetec-CUT/CN e Afbepa informaram que as horas extras não têm sido pagas e o assunto foi remetido ao CRT – Comitê de Relações Trabalhistas.
O presidente do banco aproveitou o debate sobre horas extras para informar que o Banpará pretende instalar o sistema de banco de horas, sendo informado pela presidenta do Sindicato que o movimento sindical é contrário ao banco de horas, mas que o assunto será levado à categoria.
4) Critérios para comissionamento / descomissionamento:
As entidades questionaram duramente as portarias de descomissionamento, pediram a revogação dessas portarias, bem como um prazo de 15 dias para estabelecimento comum de critérios para comissionar e descomissionar os bancários. O banco não concordou, alegando que comissão é para função de confiança e que é um ato de gestão da empresa.
As entidades contestaram que seja apena um ato de gestão, já que atinge a vida e a saúde das pessoas e suas famílias. Foi um debate longo, tenso e intenso e, ao final, o presidente do banco concordou em que se debata no CRT critérios mínimos de avaliação antes de qualquer descomissionamento.
5) Reversão de demissão sumária:
As entidades pautaram a demissão sem passar pelo Comitê Disciplinar e, após grande debate, o presidente do banco se comprometeu que não haverá mais demissão sem passar pelo processo disciplinar. Mas não aceitou rever as demissões.
6) Segurança bancária:
O banco informou que as chaves não ficarão mais com os bancários e que será contratada vigilância 24 horas para as agências do interior do Estado, em um prazo estimado de duas semanas.
O bancário não ficará mais de sobreaviso nos finais de semana e nem guardará as chaves. A médio prazo o fechamento dos cofres será feito à distância. A medida vem ao encontro da segurança do trabalhador bancário.
A Fetec-CUT/CN aproveitou para informar que nos últimos assaltos o serviço médico do banco e a orientação e o atendimento aos colegas têm sido muito lentos, em um momento que precisa de agilidade. O presidente do Banpará informou que a DIRAD vai agilizar esse atendimento.
7) Plano odontológico:
O banco também pediu prazo até 31 de agosto/2012 para que o plano odontológico entre em funcionamento, o que estava previsto para o final de maio. O Sindicato informou que o assunto será avaliado e deliberado pela categoria, juntamente com as outras pendências e pedidos de prorrogação.
8) Concurso público:
O Banpará informou que até agosto deste ano deve acontecer o concurso público previsto para ser realizado em abril/2012 e que a licitação da empresa que vai realizar o concurso está em fase de finalização.
9) Estudo das comissões:
A Afbepa insistiu que o banco precisa mostrar o estudo das comissões que deveriam ter sido revistas no final do ano passado. O presidente do Banpará informou que a diretoria ainda não tomou conhecimento do estudo e que o assunto será tratado em outra oportunidade.
Seminário do Banpará
O banco confirmou a presença do diretor Jorge Antunes no Seminário em Defesa do Fortalecimento do Banpará, que será realizado neste sábado, dia 19, no auditório do TRT do Pará. O evento é uma realização do Sindicato, juntamente com a Contraf-CUT, Fetec-CUT/CN, e Afbepa.
Divergências pontuais à parte, as entidades sindicais reafirmaram que sempre estiveram e sempre estarão na linha de frente para que o Banpará continue público, do povo paraense e que seja um instrumento de desenvolvimento do povo Pará.
O presidente do banco, então, confirmou que o diretor de crédito da instituição representará o Banpará no evento e que será convidado todo o funcionalismo a estar presente na atividade.
Comitês terão mais um participante
Os comitês paritários do Banpará terão mais representante: o primeiro suplente eleito em cada comitê. Assim, no GT-PCS, além da Kátia Furtado, Odinéa Gonçalves e Érica Fabíola, passa a integrar o grupo a suplente Vera Paoloni.
Já no CRT (Comitê de Relações Trabalhistas), além de Érica Fabíola, Odinéa Gonçalves e Heidiany Katrine Moreno, também integra a Comitê Maria Salete Gomes de Souza.
E no Comitê de Segurança, além de Fernando Loureiro, Raimundo Nonato Silva e Luiz Amaral Moura, passa a integrar as reuniões do comitê a suplente Vera Paoloni. O banco indicará seus suplentes em cada comitê.
Avaliação
“A reunião com o presidente do Banpará foi importante para a retomada das negociações com o Banco. E dentre as discussões que tivemos devemos ressaltar a questão do pagamento das horas extras, pois o presidente nos afirmou que vai reforçar o comunicado aos gerentes a posição do banco em efetivar o pagamento das extras. Nesse sentido, o Sindicato orienta ao funcionalismo do Banpará que os funcionários devem denunciar para as entidades todo caso em que essas extras não venham a ser pagas”, destaca a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.
“Para nós, da Fetec Centro Norte, é importante a retomada da mesa de negociação e que ela seja construída coletivamente. Torço para que o compromisso assumido pelo presidente do banco se torne realidade e que não haja mais necessidade de buscarmos a intermediação da Assembleia Legislativa para reabrir um diálogo que deveria ser natural, constante e efetivo, mesmo com as divergências”, afirma a diretora da Fetec-CUT/CN, Vera Paoloni.
Participaram da reunião, pelo banco, o presidente Augusto Sérgio Amorim da Costa, a diretora de administração, Márcia Maués Miranda, e a assessora Thaís Profeti.
Pelo Sindicato, a presidenta Rosalina Amorim. Pela Afbepa, a presidenta Kátia Furtado. E pela Fetec-CUT/CN, a diretora Vera Paoloni. As três entidades consideram positiva a retomada da mesa permanente de negociação.
O Sindicato convocará a categoria para debater e deliberar sobre os pedidos de prorrogação, assim que passar o Seminário do Banpará.
