O Bank of America vai se desfazer da participação acionária no Itaú Unibanco, quatro anos após ter ingressado no capital do banco brasileiro.
Com base no preço de fechamento das ações do Itaú Unibanco nesta terça-feira, dia 18, a venda das ações preferenciais e ordinárias do banco brasileiro pelo BofA renderia R$ 8,16 bilhões à instituição norte-americana.
Ao todo, a fatia do Itaú Unibanco que está sendo alienada pelo BofA é de perto de 5,4% do capital total.
De acordo com fato relevante do maior banco privado do Brasil, o BofA vai vender as 188.424.758 ações preferenciais que possui do Itaú Unibanco, equivalentes a 8,4% do total das ações sem direito a voto.
A operação também envolve as 56.476.299 ações ordinárias do Itaú Unibanco detidas pelo BofA, que representam cerca de 2,5% dos papéis dessa classe.
As ações preferenciais serão vendidas através de oferta secundária destinada a investidores qualificados, com expectativa de conclusão até o final de maio, enquanto as ordinárias serão adquiridas pela Itaúsa, holding que controla o Itaú Unibanco.
Com a compra das ações ordinárias, a fatia direta e indireta da Itaúsa no capital social do Itaú Unibanco subirá dos atuais 35,43% para 36,68%.
Por causa da transação, o Conselho de Administração da Itaúsa aprovou uma emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, no valor de R$ 1,4 bilhão.
“Com a efetivação das transações, deixarão de vigorar os direitos do Bank of America de indicação de um membro do Conselho de Administração do Itaú Unibanco”, conforme trecho do documento enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Em maio do ano passado, o vice-presidente executivo e diretor de Relações com Investidores do Itaú Unibanco, Alfredo Setubal, já acenava com a possível saída do BofA do capital do banco.
Na época, ele afirmou que grandes investidores tinham manifestado intenção de comprar ações do Itaú Unibanco caso fossem colocadas à venda pelo BofA, acrescentando que o grupo brasileiro tinha direito de preferência para aquisição.
Divórcio
O BofA entrou no capital do Itaú em maio de 2006, ao vender as operações no BankBoston no Brasil em troca de novas ações preferenciais do Itaú.
Naquele mesmo mês, o BofA transferiu os ativos do BankBoston no Chile e Uruguai ao Itaú, que emitiu ações ordinárias de sua emissão em favor da instituição financeira dos Estados Unidos.
Em meio à crise de crédito deflagrada em 2008 pelos problemas no “subprime” nos EUA, o BofA tomou US$ 45 bilhões em empréstimos do governo norte-americano. Em dezembro passado, o BofA realizou uma emissão bilionária em instrumentos equivalentes a ações para ajudar a pagar os financiamentos do Tesouro dos EUA.