(São Paulo) A insegurança bancária levou a Comissão Consultiva de Assuntos de Segurança Privada (Ccasp) a aplicar 47 multas e pedir a interdição de 45 agências, na 62ª reunião do órgão realizada na terça-feira passada em Recife.
O principal motivo para as autuações e pedidos de interdições é a falta de vigilante no auto-atendimento, determinação da Polícia Federal e que os bancos insistem em descumprir. Além disso, a falta de portas com detector de metais nas agências e o transporte de numerários por vigilantes e até bancários sem a devida proteção continuam entre os principais causadores da insegurança.
Das 47 multas aplicadas pela Comissão, o Unibanco, Banrisul e o ABN/Real receberam a maior parte. No total, nove bancos foram autuados, com penas pecuniárias que variam 10 mil e 20 mil Ufirs, sem chances para recursos.
A Comissão também pediu a interdição de agências de dez bancos diferentes. Nove deles tiveram o pedido retirado para que a Fenaban apresentasse a sua defesa. Já o Banco Mercantil do Brasil, que teve onze agências com pedido de interdição, foi julgado na mesma reunião e condenado.
“A interdição vale após a sentença ser publicada no Diário Oficial da União. Mas o banco ainda pode recorrer ao superintendente da Polícia Federal ou ao ministro da Justiça. Na maioria das vezes, a interdição é convertida em uma multa de 20 mil Ufirs, pois os bancos, para não verem suas agências fechadas, regularizam a situação no último momento”, explica Gutemberg Oliveira, diretor da Federação Dos Bancários da CUT de São Paulo (Fetec-SP) e representante da categoria na Comissão.
Todas as agências interditadas do Mercantil do Brasil ficam no Estado de Minas Gerais, sendo duas em Belo Horizonte (Luxemburgo e Estoril), a de Pouso Alegre, Pedro Leopoldo, a agência Estoril em Sete Lagoas, Campo Belo, Viçosa, Nova Lima, Caratinga, Congonhas e Itajubá.
A Comissão Consultiva de Assuntos de Segurança Privada foi criada pelo Ministério da Justiça e é coordenada pela Polícia Federal. Diversas entidades integram a Ccasp, entre elas o movimento sindical bancário.
Fonte: Contraf-CUT