Bancos são multados em R$ 887 mil na 82ª reunião da CCASP na Polícia Federal

Os bancos foram outra vez multados por descumprimento das leis de segurança nesta quarta-feira, dia 5, durante a 82ª reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), coordenada pela Polícia Federal (PF), em Brasília. O campeão foi o Banco do Brasil, com R$ 317 mil, seguido da Caixa Econômica Federal com R$ 270 mil e Itaú Unibanco com R$ 140 mil. Três agências foram interditadas por falta de plano de segurança: Banco do Brasil (2) e Bradesco (1).

Houve o julgamento de 98 processos envolvendo bancos, dos quais 19 foram arquivados por falhas técnicas na autuação da PF. Além disso, outros 19 processos acabaram sendo retirados de pauta pela Febraban para vistas e apresentação de novos recursos.

Veja os bancos multados:

Banco do Brasil – R$ 317.011,00
Caixa Econômica Federal – R$ 270.009,00
Itaú Unibanco – R$ 140.001,00
Santander e Real – R$ 110.001,00
Bradesco – R$ 40.002,00
HSBC – R$ 10.001,00

A CCASP é um fórum tripartite. Conta com representantes do governo e entidades dos patrões e dos trabalhadores e se reúne, em média, a cada dois meses para julgar os processos abertos pela fiscalização das delegacias estaduais da PF. A Contraf-CUT representa os bancários e atua em conjunto com o Coletivo Nacional de Segurança Bancária, integrado por dirigentes das federações, e em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV).

Avaliação

“As principais irregularidades dos bancos foram mais uma vez o funcionamento sem plano de segurança devidamente aprovado pela PF e a existência de alarmes inoperantes”, afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. “Essa postura dos banqueiros aumenta o risco, precariza as condições de segurança e atinge a integridade física e psicológica dos trabalhadores”, acrescenta.

“Os bancos continuam abusando e descumprindo as normas de segurança, apesar dos lucros astronômicos de seus balanços, mesmo com a crise mundial. Não se justifica esse tremendo descaso com os planos de segurança, cujo cumprimento deveria ser prioridade. Isso mostra que muitos bancos seguem colocando a defesa do patrimônio acima da vida, o que é abominável”, destaca o diretor do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região, Leonardo Fonseca.

“A porta de segurança foi mais uma vez tema de debates. Embora não haja previsão na legislação federal, ela pode ser incluída no plano de segurança como equipamento opcional”, ressalta o diretor da Fetec-SP, Valdir Machado. “Graças à defesa da Contraf-CUT e da CNTV, foi definido por maioria que essa porta, quando colocada antes da sala de autoatendimento, deve ser instalada com recuo e não nos limites da fachada”, frisa.

“Outro assunto debatido foi a proibição ao manuseio e à contagem de numerário no abastecimento de caixas eletrônicos, uma antiga reivindicação dos vigilantes e dos bancários, que foi atendida pela nova portaria nº 387 da PF”, salienta o diretor do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região e da Federação dos Bancários do RS, Lúcio Mauro Paz. “Entretanto, várias empresas de transporte de valores continuam manuseando o dinheiro, ao invés de fazerem simplesmente a troca de cassetes. O que agora falta é os bancos e as empresas definirem quem paga a conta e implantar esse procedimento, que reduz os riscos e traz segurança para os trabalhadores e a população”, aponta.

“Esperamos que os bancos paguem logo as multas, cumpram a legislação e destinem mais recursos para a segurança das agências e postos. Além do mais, segundo a PF, os bancos terão agora um prazo de até 60 dias para o pagamento das multas, caso contrário serão incluídas na dívida ativa”, conclui o diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília, Raimundo Dantas.

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