Nas negociações com os bancários, os patrões sempre encontram as mais mirabolantes justificativas técnicas para baixar o máximo possível o valor da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Com seus diretores estatutários, no entanto, os bancos são muito mais generosos.
A prova disso está em matéria da Folha de S. Paulo, baseada no Relatório Social 2007, divulgado pela Fenaban. Os dados mostram que o volume gasto pelos bancos com a PLR e bonificações de seus funcionários diminuiu de R$ 2,686 bilhões (8,8% do total de lucros) em 2006 para R$ 2,629 bilhões (5,5% dos lucros). Enquanto isso, o gasto com o pagamento de bônus pelo cumprimento superação de metas para diretores estatutários quadruplicou no mesmo período, indo R$ 30,7 milhões para R$ 155 milhões. Ainda em 2007, os bancos viram seus lucros crescerem em 55% e atingirem o montante recorde de R$ 47,427 bilhões.
“A discrepância mostra o verdadeiro valor que os banqueiros dão a seus funcionários, os verdadeiros responsáveis por esse vertiginoso aumento da lucratividade”, avalia Vagner Freitas, presidente da Contraf/CUT. “Os bancários estão sobrecarregados de trabalho, adoecendo, e os bancos não repartem nada dos ganhos de produtividade dos últimos anos. Precisamos de uma intensa mobilização para mudar essa situação e arrancar das empresas aumento real de salário, PLR justa e melhores condições de trabalho”, sustenta.