(São Paulo) Os bancos públicos federais terão um grupo de coordenação submetido a Casa Civil do governo. A informação foi divulgada pela presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho em seminário da instituição a respeito do papel dos bancos oficiais. A informação está no jornal Valor Econômico, desta sexta-feira, 18.
O grupo teria a função de articular as ações dos bancos. O próprio jornal lembra que a abertura do crédito imobiliário pelo Banco do Brasil e da requisição de abertura de carteira de câmbio pela Caixa mostram investidas que mais parecem concorrência do que cooperação.
Desde março de 2006, quando Guido Mantega assumiu o Ministério da Fazenda, ocorreram reuniões no Planalto para discutir o papel dos bancos públicos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria, segundo o jornal, pedido que eles operassem como indutores da queda dos juros bancários.
No seminário organizado em parceria com o Instituto de Economia da Unicamp, Maria Fernanda disse que, para fomentar adequadamente o desenvolvimento, não deveria haver cobrança apenas de resultados econômicos das instituições financeiras, levando em conta também os “resultados sociais e ambientais”.
Para William Mendes, secretário de imprensa da Contraf-CUT, é positiva a adoção do grupo para fazer com que os bancos públicos assumam seu papel para o desenvolvimento do país. “Além da redução de juros, o desenvolvimento regional, o crédito à agricultura familiar, a empreendimentos solidários e autogestionados precisam entrar em pauta para garantir crescimento econômico sustentável ambiental e socialmente”, defende.
Porém, a Contraf-CUT lembra que o Banco do Brasil está longe de adotar uma postura voltada para os interesses do país, chegando ao ponto de assumir as piores práticas do mercado, incluindo terceirizações ilegais. Ironicamente, como lembrou a presidente da Caixa, cada vez mais, até os bancos privados serão avaliados também pela ação sócio-ambiental.
Fonte: Contraf-CUT, com informações do jornal Valor Econômico
