Os comerciais de TV, jornais, revistas e sites dos bancos vendem um mundo maravilhoso. Sorrisos, ambiente agradável, felicidade, acolhimento. Todas essas peças publicitárias custam muito. Os gastos com propaganda das seis maiores instituições financeiras – Banco do Brasil, Caixa Federal, Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Safra, e HSBC – somaram em 2010 R$ 3,15 bi. Um montante gigantesco para vender um mundo bem próximo do irreal.
“Não se trata de ser bom, mas de parecer ser bom”, afirma o diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Daniel Reis. “É um caro tratamento publicitário utilizado para esconder o sofrimento a que estão expostos os bancários na sua rotina diária, as filas que atormentam os clientes, o descontentamento com o papel dessas instituições e com as altas taxas de juro e tarifas cobradas.”
Precisar de tanta maquiagem talvez seja a razão de os bancos gastarem com propaganda quase R$ 1 bilhão a mais do investem em segurança. Os mesmos sete maiores utilizaram em 2010 R$ 2,25 bi para reduzir os riscos a que estão expostos clientes e funcionários.
“E é importante destacar que parte significativa desse valor é investida em segurança virtual, ou seja, na segurança do patrimônio, do dinheiro, das transações feitas via internet. Os gastos com segurança física deveriam ser muito maiores”, ressalta Daniel.
O dirigente, acompanhado da presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, levará esse debate à Mesa Temática de Segurança Bancária – que reúne representantes dos bancários e dos bancos. A reunião está marcada para esta quinta-feira 2 de junho. “Também queremos saber mais dos diretores dessas instituições sobre a parceria com a Polícia Militar, que está percorrendo os locais de trabalho.”