(São Paulo) As instituições financeiras não acompanham o ritmo da queda de juros determinada pelo BC. É o que revela um estudo do Procon que analisou as taxas de juros de empréstimo pessoal e cheque especial para pessoa física dos seguintes bancos: HSBC, Santander Banespa, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Safra, Nossa Caixa, Real e Unibanco.
Dos dez bancos apenas três diminuíram as taxas de empréstimo e mesmo assim não no ritmo das decisões do comitê de política monetária. Na última reunião do Banco Central, ocorrida nos dias 17 e 18 de abril, a taxa Selic sofreu uma redução de 0,25 ponto percentual, passando de 12,75% para 12,50% ao ano. Foi o 15º corte consecutivo. As instituições que reduziram as taxas de empréstimo foram: HSBC alterou de 4,63% para 4,59% ao mês; Banco do Brasil de 4,62% para 4,59%, e Bradesco de 5,57% para 5,55%.
Para o cheque especial, a taxa média dos bancos pesquisados ficou em 8,29% ao mês, inferior à do mês anterior, que foi de 8,30%, significando decréscimo de 0,01 ponto percentual. A pesquisa de juros da Fundação Procon deste mês registrou as reduções anunciadas, que, no entanto ficaram entre 0,02 e 0,04%. A queda acumulada da taxa básica de juros, desde setembro de 2005, é de 7,25 pontos percentuais, segundo o portal IG.
O presidente da Contraf-CUT, Vagner Freitas, cita outro caso em que as taxas de juros dos bancos não se alteraram: o crédito consignado. Criado por meio de um acordo entre as centrais sindicais, o governo e alguns bancos para dar ao trabalhador acesso a linhas mais baratas de crédito, os valores cobrados se mantêm os mesmos desde a criação. “De lá para cá, a taxa Selic caiu num ritmo acelerado e o juros não”, cobra Vagner.
Para ele, é preciso discutir o papel dos bancos na sociedade brasileira. “Os banqueiros continuam sendo predadores do processo de crescimento e de distribuição de renda no Brasil”, acusa.
Fonte: Contraf-CUT, com Sindicato São Paulo