Bancos fecharam 6.379 postos de trabalho em 2019

A única faixa etária na qual houve mais contratações do que demissões é justamente a que seria afetada pela MP 905/2019 e teria seu salário reduzido; graças à negociação dos sindicatos estes trabalhadores terão a garantia de manter o piso da categoria bancária

Levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), aponta que os bancos fecharam 6.379 postos de emprego entre janeiro e outubro de 2019. Desde 2013, os bancos já acumulam saldo negativo de 66.985 mil postos.

O resultado de 2019 é decorrente, principalmente, dos programas de desligamentos voluntários abertos pelos bancos. Foram registradas 29.610 admissões e 35.989 desligamentos no período.

Os maiores saldos negativos foram registrados no Rio de Janeiro (-1.699 postos), no Rio Grande do Sul (1.072 postos fechados) e no Distrito Federal (-804 postos).

A análise por setor de atividade econômica revela que os bancos múltiplos com carteira comercial, como o Itaú, o Bradesco, o Santander e o Banco do Brasil, foram responsáveis pelo fechamento de 6.684 postos no período.

Emprego Verde Amarelo

Somente na faixa etária entre 18 e 29 anos houve saldo positivo, com criação de 10.765 postos de trabalho. Graças à negociação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e das federações e sindicatos que fazem parte do Comando Nacional dos Bancários, estes trabalhadores têm a garantia de que seus salários serão mantidos conforme definido na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e não serão limitados a R$ 1.500,00, como determina a Medida Provisória (MP) 905/2019.

Em todas as faixas etárias acima de 30 anos, o saldo de emprego nos bancos foi negativo, com destaque para a faixa de 50 a 64 anos, na qual houve fechamento de 9.799 postos. Mas, nas faixas entre 30 e 39 anos e entre 40 e 49 anos, também foi grande o saldo negativo (-3.479 e -3.478 postos fechados, respectivamente).

Desigualdade de gênero

Os dados mostram, ainda, que as 13.575 mulheres admitidas nos bancos entre janeiro e outubro de 2019 receberam, em média, R$ 3.926,70. O valor corresponde a 75,9% da remuneração média auferida pelos 16.035 homens contratados no período. Ao se analisar os salários na data de desligamento, constata-se que a desigualdade de gênero se amplia durante a carreira bancária. As 17.572 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.997,95, o que equivalia a 73,3% da remuneração média dos 18.417 homens desligados dos bancos no período.

Fonte: Contraf-CUT

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