Os bancos de países emergentes, incluindo os brasileiros, já estão entre os maiores do mundo, aponta o Fórum Econômico Mundial, em levantamento divulgado na quarta-feira (31), em Genebra. O ranking das instituições financeiras de maior valor de mercado já tem pelo menos sete bancos emergentes: três chineses (China Construction Bank, Agricultural Bank of China e Bank of China), três brasileiros (Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Bradesco) e um russo (Sberbank).
“Os bancos emergentes não estão apenas substancialmente grandes; estão crescendo rápido”, diz o estudo. Um exemplo é que o Brasil ultrapassou, no ano passado, os lucros obtidos no Reino Unido, apesar de ter menos de um quinto da base de ativos britânica. Entre 2005 e 2010, a fatia das instituições dos países em desenvolvimento no valor de mercado global quase dobrou.
Como o nível de bancarização nessas praças ainda é baixo, o crescimento deve vir principalmente dos mercados domésticos, avalia o Fórum. Apesar disso, vários bancos passaram a atuar no exterior. O Standard Bank, da África do Sul, por exemplo, gera quase um quarto de seus lucros fora de casa.
Na avaliação do Fórum, os bancos emergentes passaram melhor pela crise global, o que terá repercussões em seu papel no futuro do sistema financeiro mundial. As instituições de países em desenvolvimento não tiveram de passar pelo grande processo de desalavancagem do restante do mundo e puderam continuar emprestando, com o uso da estável base de depósitos.
Além disso, essas instituições já tinham índice de capitalização mais elevado, de 13% na Ásia, até 17% na América Latina. Outro ponto é que as novas regras de Basileia 3 devem ser menos dolorosas para os emergentes, que têm menor exposição a ativos mais arriscados.
Para completar, as nações em desenvolvimento se encontram em condições bem melhores do que as desenvolvidas, sem problemas de endividamento soberano ou déficits elevados. “É quase certo que os bancos emergentes logo se tornarão players importantes do sistema financeiro mundial”, conclui o Fórum.
Ranking
O Brasil perdeu a liderança latino-americana do ranking de desenvolvimento do sistema financeiro do Fórum Econômico Mundial. O País foi desbancado pelo Chile no levantamento deste ano.
Os resultados apontam que o Brasil caiu duas posições no ranking da entidade, para o 32º posto, entre 62 países analisados. Já o Chile subiu dois lugares e atingiu a 29ª colocação, tornando-se o melhor da América Latina.
“A queda do Brasil pode ser atribuída aos resultados mais fracos obtidos nos quesitos de estabilidade financeira, mercados financeiros e acesso financeiro”, diz o relatório.