Folha de São Paulo
Toni Sciarretta
Focados no financiamento a grandes empresas, os bancos de investimento estrangeiros abriram a temporada de contratações para aumentar a presença no Brasil, enquanto a recuperação segue lenta nos EUA e na Europa.
JPMorgan, Morgan Stanley, Goldman Sachs, Merril Lynch/Bank of America e Credit Suisse, entre outros bancos globais, estão todos com postos abertos para profissionais com experiência na captação de recursos e com trânsito entre os grandes investidores globais -fundos soberanos, de pensão e de investimento.
Em jogo, está um mercado disputado e que já movimentou neste ano R$ 23,27 bilhões – R$ 18,45 bilhões com emissão de dívida e R$ 4,82 bilhões com venda de ações.
No ano passado, as captações bateram o recorde de R$ 242,6 bilhões, incluindo R$ 120 bilhões da Petrobras.
Esses bancos levam de 1% a 5% desses montantes, dependendo do volume e do risco de cada operação.
Com as contratações, os bancos estrangeiros recuperam -e alguns deles superam- os postos fechados na crise de 2008 e 2009, após a quebra do americano Lehman Brothers, quando o mercado de capitais travou.
ATRASADOS
Atrasados, os bancos americanos acordaram só recentemente para o Brasil, dominado pelo agora brasileiro BTG Pactual (comprado do suíço UBS em 2009), pelo Credit Suisse e pelo Itaú BBA.
O Itaú BBA e o BTG Pactual foram os bancos que mais ajudaram as empresas clientes a emprestar dinheiro, liderando com 23% e 22,2% do mercado de dívida. O Itaú BBA e o Credit Suisse lideram os negócios com oferta de ações, com 32,3% e 22,1% respectivamente. O JPMorgan planeja duplicar sua presença no Brasil até 2013.
O banco tem hoje 630 funcionários em São Paulo, Rio e Belo Horizonte e planeja abrir escritórios em mais duas capitais. Segundo o JP, o foco é atender no Brasil as empresas estrangeiras que já são clientes nos EUA.
No final do ano passado, o JP comprou o controle da gestora Gávea, butique de investimentos fundada pelo ex-BC Armínio Fraga.
O Credit Suisse também quer aumentar em 20% sua equipe de altos executivos. O banco tem seis vagas para as áreas de IPO [oferta inicial de ações] e de emissão de dívida. Neste ano, o Credit liderou 5 dos 6 IPOs que levantaram R$ 6,4 bilhões.
“Com o crescimento, as empresas vão precisar de muito capital para investir. E nós somos agentes desse financiamento”, disse José Olympio, do Credit Suisse.