Bancos da zona do euro aceitam redução de 50% da dívida grega

A zona do euro chegou a um acordo com os credores privados da Grécia para uma baixa contábil de 50% em seus títulos da dívida do governo grego. Também foi acordado que o mecanismo de resgate do euro será alavancado em até cinco vezes, disse hoje o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.

Os líderes da região finalizaram ao amanhecer mais um acordo para socorrer a Grécia, que totaliza ? 130 bilhões. O aumento do fundo de resgate contará com o dinheiro de países emergentes como China e Brasil para blindar o continente.

As medidas são os mais ousados passos da zona do euro, depois de quase dois anos de relutância que fez a crise da dívida grega se espalhar para economias maiores, como Itália e Espanha.

A zona do euro construiu um “suficiente firewall contra o contágio, graças a um acordo para multiplicar em até cinco vezes o poder de fogo de resgate do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês)”, afirmou Van Rompuy. “A alavancagem pode ser em torno de ? 1 trilhão sob determinados pressupostos.”

Já a baixa contábil tem por objetivo reduzir a dívida grega de mais de 160% do PIB para cerca de 120% até 2020.

Segundo o acordo, os bancos concordam em amortizar 50% do valor de seus títulos da dívida grega, enquanto o EFSF e o Fundo Monetário Internacional (FMI) irão fornecer um adicional de ? 100 bilhões. Um extra de ? 30 bilhões será fornecido na forma de aumento de crédito para os bancos.

Van Rompuy disse que o EFSF será alavancado através de melhorias do crédito dos títulos soberanos emitidos pelos Estados membros, eliminando assim a preocupação com a liquidez.

Alemanha

A chanceler alemã, Angela Merkel, declarou-se “muito satisfeita” com os resultados da maratona de reuniões de cúpula da zona do euro.

“Nós fechamos um acordo sobre um pacote abrangente que consiste em cinco elementos”, anunciou Merkel. Esses elementos são: esforços a serem feitos pelos Estados-membros para colocar seus orçamentos em ordem, uma solução sustentável para a Grécia, o aperfeiçoamento do fundo de resgate da zona do euro, a recapitalização bancária e, finalmente, o fortalecimento do regime de estabilidade da moeda do bloco.

Merkel mencionou medidas adicionais anunciadas pela Espanha e pela Itália. Os mercados colocaram ambos os países sob pressão nos últimos meses e se intensificaram as dúvidas sobre a capacidade de ambos controlarem seus gastos. Para grande irritação de muitos alemães, o Banco Central Europeu (BCE) teve de se apressar e comprar a dívida dos dois no mercado secundário.

A Itália prometeu reduzir seu nível de endividamento para 113% do PIB em 2014, o que é “uma mensagem importante”, na opinião da chanceler alemã. A dívida italiana atualmente representa 120% do PIB.

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