Bancos da Espanha ameaçam cortar 40 mil empregos e fechar 8 mil agências

Tempos de ajustes ameaçam os bancários da Espanha. Conforme denúncia da Federação Bancária da CC.OO (Comfia), vários executivos do mercado financeiro defendem o corte de 20% da folha de pagamento das instituições financeiras e o fechamento de 8 mil agências por causa da extensão da crise.

O sistema financeiro espanhol possui atualmente cerca de 250 mil empregados, que trabalham em bancos, caixas de poupança (cajas de ahorros) e caixas rurais. O atendimento é prestado através de 40 mil agências, conforme os últimos dados do Banco da Espanha.

Conforme a denúncia, todas as fontes do mercado concordam que existe capacidade ociosa na Espanha e que o setor deve ser reestruturado. “Mas não se trata de uma reestruturação, mas sim de uma reconversão, como a dos anos 80 na indústria”, disse um executivo.

A previsão é que não serão colocadas na mesa as condições que foram acordadas há 18 meses, quando houve antecipação de aposentadorias, durante a primeira onda de fusões desta crise. Na ocasião, saíram 15 mil funcionários das caixas de poupança.

Quem aderiu à proposta recebeu a garantia de receber pelo menos 90% do seu salário líquido até atingir a idade da aposentadoria.

Segundo a denúncia, os bancos pretendem dispensar num futuro próximo cerca de 40 mil trabalhadores. A tese foi publicamente confirmada na última sexta-feira (27) pelo dirigente da CaixaBank, Juan María Nin. Ele disse que “é quase certo uma reestruturação de 20%”.

A Comfia divulgou manifesto advertindo que “a viabilidade do setor financeiro não pode basear-se num ajuste traumático do emprego”.

Clique aqui para ler a íntegra do manifesto.

Solidariedade

A Contraf-CUT, que representa mais de 90% dos bancários brasileiros, manifesta total apoio e solidariedade aos bancários espanhóis e reforça a luta em favor da garantia dos empregos e direitos de todos os trabalhadores.

“O modelo aplicado pelo Brasil para enfrentar a crise internacional em 2008 não foi a redução de postos de trabalho e a retirada de direitos dos trabalhadores, mas sim o aquecimento da economia e a manutenção das conquistas sociais, o que garantiu o crescimento econômico e a geração de emprego e renda”, afirma o funcionário do Santander e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

“Os trabalhadores não são os responsáveis pela crise e não podem pagar a conta da irresponsabilidade dos banqueiros e dos capitalistas”, destaca o dirigente sindical.

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