Os bancos de todo o país geraram 6.851 novos empregos no primeiro trimestre de 2011, como resultado de 15.798 contratações e 8.947 desligamentos. Isso significa um leve crescimento de 1,42% em relação ao total de postos em 2010. As novas vagas representam apenas 1,30% dos 525.565 postos de trabalho criados por toda a economia brasileira nos primeiros três meses deste ano.
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Os números são da 9ª Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), feita pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) em parceria com o Dieese, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.
“Apesar da geração de empregos, a alta rotatividade continua sendo a lógica perversa usada pelos bancos para baixar os salários dos bancários. Este mecanismo é cruel diante dos ganhos milionários dos altos executivos e dos lucros astronômicos dos bancos que superaram R$ 12 bilhões no primeiro trimestre, um dos mais altos da economia brasileira”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
Cai ainda mais o peso da massa salarial
A pesquisa aponta que a rotatividade segue diminuindo o peso dos salários na folha de pagamento dos bancos. A remuneração média dos admitidos nos três primeiros meses foi de R$ 2.330,25 e dos desligados, R$ 4.086,32. Assim, a diferença foi 42,97%, uma elevação de cinco pontos percentuais em relação a 2010, quando foi de 37,57%.
Aproximadamente 65% das admissões ocorridas no primeiro trimestre estão concentradas na faixa salarial entre 2 e 3 salários mínimos, ficando acima de 2010, quando essa faixa de remuneração significava 57,05% das contratações. Já os desligamentos ficaram concentrados nas faixas superiores a 4 salários mínimos, abarcando 75,44% dos desligamentos.
A grande diferença salarial entre admitidos e demitidos, apontada pela pesquisa, é justificada, em parte, pelo perfil de contratados dos bancos, concentrado em pessoas jovens, com menor escolaridade para trabalharem principalmente nos cargos iniciais da carreira bancária. Dos postos gerados, 11.508 foram ocupados por pessoas com até 29 anos, ou seja, 72,84%, o que evidencia a preferência dos bancos pela contratação de jovens.
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Cresce desigualdade salarial entre homens e mulheres
A diferença de salários entre homens e mulheres também foi apontada pelo estudo. A análise da remuneração média revela que os valores pagos tanto para as trabalhadoras admitidas quanto para as desligadas é inferior aos dos homens.
As mulheres desligadas saíram do banco com rendimento médio de R$ 3.410,41, valor 27,41% inferior ao dos homens, R$ 4.697,90. A mão de obra feminina começa a trabalhar ganhando, em média, R$ 2.004,21, enquanto a masculina recebe o equivalente a R$ 2.639,32, uma diferença de 24,06%.
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Demissões a pedido superam dispensas sem justa causa
Os dados do Caged mostram que os pedidos de demissão representam a maioria dos desligamentos, atingindo 50,96%. Em 2010, a saída por iniciativa do empregado era de 49,08%.
A mudança no perfil dos trabalhadores desligados, desde o início de 2010, contrasta com o comportamento registrado em 2009, quando apenas 35,65% dos bancários pediam demissão. “Esses novos dados reforçam as denúncias que a Contraf-CUT, federações e sindicatos vêm fazendo. Cada vez mais trabalhadores não aguentam o assédio moral e a pressão pelo cumprimento de metas abusivas, que provocam condições insustentáveis de trabalho”, aponta Carlos Cordeiro.
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