Bancos brasileiros têm os juros de cartão de crédito mais altos do mundo

Quem não paga a totalidade da fatura do cartão de crédito, adiando parte dos valores para o mês seguinte, acaba se expondo ao crédito rotativo, utilizado como forma de refinanciamento da dívida do cartão. Tal crédito cobra taxas de juros altíssimas, cuja média é de 237,9% ao ano, segundo a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).

Essa taxa, comparada às cobradas em outros países da América Latina, coloca o Brasil, com folga, na primeira posição da lista. É que o segundo colocado, a Argentina, pratica uma taxa cinco vezes menor, de 50% ao ano.

No México, a taxa é de 36,2% ao ano, enquanto na Venezuela é de 29% ao ano e na Colômbia, 28,5% ao ano.

O Brasil não perde a dianteira nem com a inclusão dos EUA e de países da Europa e da Ásia à lista. Essa taxa faz com que o brasileiro que adia, por 12 meses, o pagamento de R$ 1 mil na fatura de um cartão que cobre 18% de juros ao mês, acumule uma dívida de R$ 7.287,59, segundo cálculos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Hessia Costilla, economista da Proteste, comenta que a associação começou a acompanhar o segmento de cartões de crédito em 2004. “Desde então, a taxa só cresce”, afirma, indo na contramão da taxa básica de juros, que no período foi reduzida quase pela metade, saindo de 16,5% para 8,5% ao ano. Hoje, há quem pratique juros, no cartão, de 600% ao ano. Há três anos, não passava de 400%. “Não é uma taxa que segue a Selic.”

“Daqui a um ano, o mercado certamente estará falando de outras taxas”, prevê Eduardo Abreu, diretor da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).

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