Banco do Brasil também planeja ter um banco nos EUA

O Estado de São Paulo
Fernando Nakagawa, BRASÍLIA

Interessado em atuar com mais força nos Estados Unidos, o Banco do Brasil está fazendo sondagens no mercado americano para comprar uma instituição financeira de varejo. A informação foi dada ontem pelo presidente do BB, Aldemir Bendine, que também confirmou informação antecipada pela Agência Estado sobre a negociação para a compra de parte do argentino Banco Patagônia. No Brasil, o banco federal quer ampliar sua atuação no mercado de capitais com a compra de uma corretora de valores para operar diretamente na bolsa.

Alinhado com o ambicioso plano de internacionalização desenhado pelo governo, o presidente do BB disse que a instituição tem “rodado o mundo atrás de oportunidades”. Nesse esforço, os EUA têm recebido atenção especial. “Há bancos com alguma dificuldade, mas com boa rede de atendimento, produtos e serviços, o que é uma oportunidade. Nada nos impede de comprar um banco nos EUA”, disse Bendine, em café da manhã com jornalistas.

Atualmente, os representantes do BB tentam encontrar um banco que, por sua característica, poderia se associar à instituição. Bendine não quis adiantar detalhes sobre essa sondagem, mas argumentou que a presença na maior economia do mundo está de acordo com as premissas que norteiam a atuação internacional do BB: mercados com concentração de cidadãos brasileiros; países com grande número de empresas brasileiras; e áreas que tenham corrente relevante de comércio exterior com o Brasil. Os EUA reúnem as três características.

Em comunicado de “fato relevante” distribuído ontem ao mercado, o BB também confirmou as negociações com o Banco Patagônia. “Na Argentina, estamos conversando com o Patagônia e também com outros players”, afirmou Bendine, sem citar as demais instituições.

Atualmente, as duas partes estudam o modelo a ser adotado na associação entre brasileiros e argentinos. “Não há uma forma estabelecida. Vai depender da realidade da legislação do país (vizinho) e da empresa.”

“A Argentina tem grande fluxo de comércio com o Brasil. Além disso, o mercado argentino tem baixo índice de penetração de serviços bancários”, argumentou Bendine, para lembrar o potencial de expansão daquele mercado no futuro.

BRASIL

A intenção de expandir os negócios também passa pelo Brasil. O presidente do Banco do Brasil confirmou o interesse em se associar ou adquirir uma corretora de valores para operar diretamente na BM&F Bovespa. Segundo Bendine, o parceiro preferencial do BB nesse segmento é o Votorantim, instituição na qual o banco detém 49,9% do capital. “Mas, além dessa parceria preferencial, estamos vendo outras oportunidades para ampliar nossa fatia de mercado com novas parcerias ou associações”, afirmou. Detalhes devem ser conhecidos no início de 2010.

O banco também conclui negociações para a reorganização acionária da Brasilcap, do segmento de capitalização. Atualmente com 49,9% do capital da empresa, o BB quer ampliar sua participação para até 75% das ações. A mudança, porém, não deve transformar a companhia em estatal, já que a tendência é que o BB amplie sua participação apenas com ações preferenciais, que não alteraram o poder de decisão na companhia.

Atualmente, os sócios do BB na empresa são a Sul América (com 16,67%) , Icatu (16,67%) e Aliança da Bahia (15,8%). Juntas, as três empresas têm o controle da Brasilcap.

FRASES

Aldemir Bendine – Presidente do BB

“Há bancos com alguma dificuldade, mas com boa
rede de atendimento, produtos e serviços, o que é uma oportunidade. Nada nos impede de comprar um banco nos EUA”

“Na Argentina, estamos conversando com o
Patagônia e também com outros players”

“O mercado argentino tem baixo índice de penetração de serviços bancários”.

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