Banco do Brasil quer financiar compra de imóvel desde a construção

Valor Econômico
Paola Moura

O Banco do Brasil passará a financiar imóveis na planta para a pessoa física desde a construção. No entanto, a operação só será oferecida para construtoras que também utilizarem as linhas de crédito do banco para viabilizar seu investimento.

O crédito, segundo o gerente executivo da diretoria de empréstimos e financiamentos, Jose Henrique Silva, responsável pelo setor habitacional da instituição, facilita a vida do comprador porque “ele não tem que se preocupar se conseguirá o financiamento após o habite-se”. Hoje, no mercado imobiliário, apenas a Caixa oferece esse tipo de financiamento.

Jose Henrique Silva, que participou ontem de um almoço com executivos do setor na Associação de Dirigentes do Mercado Imobiliário (Ademi) no Rio, explica que o incorporador e o cliente podem decidir em que momento do cronograma da obra o financiamento pode ser feito.

“Isso dependerá dos custos com mão de obra, do material de construção, entre outros. Porque, quando o cliente for financiado pelo banco, vai substituir o reajuste vinculado ao INCC (índice nacional da construção civil) pela TR mais uma taxa. O financiamento será completo desde a construção, sem precisar trocar quando houver o habite-se”. Silva explica que a decisão do momento em se liberar o financiamento ao comprador depende de um ajuste no cronograma físico e financeiro da obra.

As novas linhas de crédito imobiliário têm o objetivo de fazer o BB ganhar mercado frente às instituições privadas que não as oferecem. Hoje, depois de três anos no mercado, o Banco do Brasil está em quinto lugar no ranking de financiamentos imobiliários, atrás da Caixa, do Itaú, do Bradesco e do Santander. “Mas o BB tem R$ 360 bilhões em recursos para financiar imóveis. O banco quer, em três anos, deter entre 10% e 15% do mercado, passando os bancos privados”.

O executivo conta que, desde 2008, o banco já financiou R$ 5 bilhões, sendo que o desembolso total, nos próximos dez dias, deve atingir R$ 1 bilhão. “A velocidade de desembolso do banco vem crescendo mês a mês. Há um ano ela era de 800 imóveis mês. Em maio, já atingiu dois mil imóveis.”

Para entrar com força nesta concorrência o banco também já estuda financiar a compra dos terrenos para as construtoras de médio porte. “Hoje já fazemos isto para as grandes construtoras, mas através de capital de giro. Temos que achar um meio de fazê-lo para as menores”, afirma o executivo do banco público. Além disso, o banco também aceitará investidores estrangeiros nas Sociedades de Propósito Específico (SPE). “Se um dos sócios nacionais tiver as garantias e experiência de três anos, como exige o financiamento, não há problemas”, explica.

O presidente da Ademi e da construtora Concal, José Conde Caldas, comemora as novas linhas oferecidas pelo Banco do Brasil. “Como o mercado está aquecido, precisamos de mais crédito para financiar as obras e também gerar mais empregos”. Segundo ele, há oito anos, as construtoras do país lançavam 100 mil imóveis, sendo que apenas 30 mil dentro do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), o restante eram populares. No ano passado, foram um milhão lançados, sendo que 470 mil no SBPE.

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