Banco do Brasil planeja deter até 75% do banco Votorantim

O Banco do Brasil (BB) está em negociações com o grupo Votorantim para elevar sua participação para até 75% do capital total do banco, frente aos 49,9% que detém. Se o plano for adiante, o BB ficará com todas as ações preferenciais, o dobro do que tem hoje.

Na sexta-feira, o BB anunciou que está em tratativas com a Votorantim Finanças para elevar a fatia que detém no banco com a aquisição de ações preferenciais que estão com a família Ermírio de Moraes, controladora da instituição.

Não interessa ao BB, porém, ter o controle do Votorantim. Segundo o Valor apurou, o BB quer ter mais agilidade para tocar alguns negócios e isso não seria tão fácil se adquirisse uma participação majoritária, já que o Votorantim se tornaria um banco público.

É de grande interesse do BB desenvolver um banco de investimentos mais forte. Porém, por ser um banco público, a instituição tem como um entrave a política de remuneração da equipe. Nos bancos de investimentos, a maior parte do pagamento é variável, atrelada ao desempenho. Constituído por funcionários concursados, o BB não consegue atrair executivos.

Porém, só interessa ao BB tocar novos projetos por meio do Votorantim se puder ter uma fatia mais relevante do negócio. Em outras parcerias existentes, o BB tem participação maior. Com a Mapfre, o banco detém 74,9% do capital total da seguradora de pessoas criada.

Em nota, a Votorantim Finanças, apenas confirmou que mantém conversas para vender parte das ações preferenciais da instituição ao BB. O grupo não forneceu mais detalhes.

Um dos argumentos levados pelo BB à família Ermírio de Moraes é que, ao desenvolver mais projetos no banco, ambos poderiam ter um retorno maior. Outra ideia apresentada é que o custo de captação do Votorantim cairia, tornando-se mais próximo do que o BB paga.

O BB é acionista do banco Votorantim desde 2009. De janeiro a setembro de 2012, o Votorantim acumulou prejuízo de R$ 1,63 bilhão, e a expectativa é que continue no vermelho por mais alguns trimestres. A notícia das negociações não animou os investidores. As ações do BB fecharam a sexta-feira com queda de 2,28%, a R$ 26,20.

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