O Estado de São Paulo
Rodrigo Petry
O Banco do Brasil (BB) assinou ontem acordo de cooperação técnica com o Instituto Votorantim para o desenvolvimento de ações sustentáveis em comunidades com baixos indicadores socioeconômicos, por meio da oferta de microcrédito. Segundo o vice-presidente para assuntos de sustentabilidade do BB, Robson Rocha, o acordo vai potencializar as diversas iniciativas adotadas de forma isolada pelas duas instituições. ‘O crédito pode ser um instrumento de alavancagem para o desenvolvimento das regiões mais carentes.’
Inicialmente, as instituições vão atuar em dez municípios: Sobradinho (DF), Belmiro Braga (MG), Ibiúna (SP), Juquiá (SP), Tapiraí (SP), Cachoeira (BA), Maragogipe (BA), São Félix (BA), Vidal Ramos (SC) e Rio Branco do Sul (PR).
A vice-presidente do Instituto Votorantim, Ana Helena Vicentin, ressaltou que o acordo para a cooperação nesses municípios é válido por dois anos, prorrogáveis pelo mesmo período. ‘Nossa expertise não é financiar os projetos, mas sim identificar ações para o desenvolvimento da renda local’, afirmou.
Segundo Ana Helena, a meta é estender a parceria com o BB a 45 municípios até 2012. Atualmente, o Votorantim atua em cerca de 300 cidades. O orçamento do instituto para ações de desenvolvimento social e cultural será de R$ 45,2 milhões este ano, dos quais aproximadamente R$ 2,2 milhões vão ser destinados à atuação em parceria com o BB.
A vice-presidente do instituto acrescentou que, à medida que os projetos forem sendo aprovados pelos gerentes do Banco do Brasil, os desembolsos serão ampliados. O banco, no entanto, não informou os valores que devem ser investidos na parceria.
Entre as atividades produtivas a serem estimuladas estão artesanato, apicultura, bovinocultura de leite e horticultura. A atuação do BB se dará por meio do Departamento de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS), criado em 2003. Essa área do banco já desenvolve ações em 3,9 mil municípios, beneficiando 1,2 milhão de pessoas em 3,8 mil planos de negócios. O DRS analisa a viabilidade econômica e o orçamento dos projetos, elaborando um plano de ação, disse o gerente-geral para assuntos de sustentabilidade do BB, Rodrigo Nogueira.
De acordo com Rocha, do Banco do Brasil, aproximadamente R$ 20 milhões foram investidos em oito anos pelo DRS. Já a atual carteira de empréstimos supera os R$ 9 bilhões. No ano passado, o BB reduziu para abaixo de 1% ao mês as taxas de juros, elevou de 48 para 60 meses o prazo de pagamento e ampliou de três para seis meses a carência para o pagamento das linhas de microcrédito. ‘Dobramos em 2010 o volume concedido, que atingiu R$ 70 milhões’, afirmou Rocha.